Ecossistema brasileiro de inovação necessita de conexão com hubs de inovação global

Executivo aperta que País precisa colocar em prática movimento social em que se enfatiza o empoderamento de grupos locais

O Brasil possui um longo caminho pela frente quando se fala de ecossistema de inovação e tecnologia. Entre os polos mais avançados do mundo, os ecossistemas da Califórnia e de Massachusetts criaram uma comunidade propícia para inovação, novos desafios e investimentos de alto risco na produção. O

utro polo de destaque é Israel. Impulsionado pela situação adversa na região, produz tecnologia de ponta em diversos setores, com investimento prioritário em educação desde a fundação do Estado, há 70 anos. Os Estados Unidos, por exemplo, investem 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento (P&D), Israel aplica 4,4% e o Brasil, apenas 1%.

“O que estamos presenciando no Brasil é o chamado “grassroots movement” (movimento social em que se enfatiza o empoderamento de grupos locais) em vários centros do País, como Santa Catarina, Minas Gerais, Recife, São Paulo, Campinas e São José dos Campos”, afirma Ric Scheinkman, CEO da assessoria financeira corporativa Harpia Capital e sócio-fundador do SPIN Summit Brazil.

“Com muito interesse no setor de tecnologia e inovação, muita curiosidade e com talento jovem e inovador, estes grupos têm gerado o aumento do número de empresas e buscado desafios audaciosos. Segunda a última estimativa, temos R$ 1,2 bilhões de investimentos anuais em venture capital e, dentro dos fundos, cerca de 400 empresas incubadas”, completa.

Foco no tema

Segundo Scheinkman, o Brasil precisa criar universidades com foco em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em metodologias modernas de preparação para os empregos do futuro, unindo os setores público, privado e academia.

“É indispensável destinar bilhões anuais em P&D com foco em inovação e ciências básicas, aplicada, engenharia, matemática e tecnologia, aceleradoras, incubadoras, grupos de mentoria locais, nacionais e internacionais. Além disso, é imprescindível traçar um plano nacional de desenvolvimento dos setores regionais, bem como ter capital de risco, que inclui uma mistura de investidores individuais, institucionais e filantrópicos para levar a empresa da prova do conceito à expansão global”, avalia.


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Ainda de acordo com o executivo, a solução para o Brasil entrar com força no setor de tecnologia e inovação é investir uma parte significativa do PIB no setor, com capacitação, desburocratização, criando um ecossistema junto com grandes empresas e executivos e estabelecendo conexão com os hubs globais de inovação para difundir essas tecnologias, talento e capacidade de produção tecnológica.