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A WestRock confirmou nesta segunda-feira, 5, investimento bilionário na unidade de Três Barras. Os valores envolvidos chegam a US$ 340 milhões (R$ 1,2 bilhão no câmbio de hoje). A companhia americana já tem em curso investimentos de US$ 125 milhões para construção de uma nova fábrica de caixas de papelão, em Porto Feliz (SP). No caso de Três Barras, para 2019 serão investidos cerca de US$ 100 milhões. O restante em 2020.
A expansão, segundo comunicado da empresa, faz parte de um plano estratégico de longo prazo que visa ampliar seu negócio integrado, que a partir do início do ano que vem, passa a contar com aumento significativo de sua capacidade de produção de papelão ondulado, quando as operações da nova unidade de Porto Feliz estarão com sua capacidade total, que deve chegar a mais de 400 milhões de metros quadrados de papelão ondulado ao ano.
Além da nova unidade de Porto Feliz, a WestRock conta com mais três unidades de papelão ondulado: Blumenau (SC), Araçatuba (SP) e Pacajus (CE), estrategicamente localizadas para atender as demandas de seus clientes.
Com o investimento, a empresa também mira no mercado de papel kraft de alta performance, visando atender, de forma consistente, os clientes do mercado doméstico e de exportação.
O projeto de expansão da unidade de Três Barras é um plano que vem sendo desenvolvido desde o ano passado. Em setembro de 2017, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma, hoje IMA) realizou uma audiência pública para que a comunidade de Três Barras conhecesse e esclarecesse dúvidas sobre o projeto da ampliação da fábrica.
Otimismo
Em entrevista ao jornal Valor, o presidente da operação brasileira, Jairo Lorenzatto, disse que o novo investimento está alinhado à estratégia global de crescimento da companhia e fundamentado no bom desempenho dos mercados, sobretudo o doméstico. Hoje, a WestRock opera no limite da capacidade no país e a instalação de mais uma linha de celulose e o desgargalamento (ampliação) das duas máquinas de kraftliner em Três Barras não apenas dão sustentação à nova fábrica de papelão ondulado em Porto Feliz, que vai consumir mais papel, como preparam a empresa para a demanda futura.
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O projeto prevê ainda a instalação de uma caldeira de biomassa e um turbogerador na unidade catarinense. Com isso, a autossuficiência em energia subirá de 55% para 85% e o mix de fibras utilizado na produção de papel passará de 80% de celulose virgem e 20% fibra reciclada para 100% de fibra virgem, entre curta e longa, reduzindo custos.
Também como resultado do investimento, a produção de kraftliner subirá de 470 mil toneladas por ano (520 mil toneladas curtas americanas) para 685 toneladas anuais, atendendo ao maior consumo de papel da fábrica de Porto Feliz e também às vendas a terceiros.
À medida que o investimento ampliará a autossuficiência em fibras e energia, a unidade de Três Barras deve se colocar no grupo das cinco mais competitivas em custo caixa no mundo e a maior fábrica de kraftiner dedicada na América Latina. “Esse não é um projeto só de expansão. Boa parte dele é de eficiência e de produtividade”, disse o executivo ao Valor.
O projeto deve ser concluído no primeiro semestre de 2021 e a projeção é que o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do negócio de papelão ondulado no Brasil mais que dobre, com evolução de 125%, após a conclusão dos investimentos em Três Barras e em Porto Feliz. Segundo balanço da WestRock, no ano fiscal de 2018, e encerrado em setembro, esse resultado foi de US$ 118 milhões. As vendas da operação brasileira, por sua vez, somaram cerca de US$ 440 milhões (R$ 1,6 bilhão ao câmbio de hoje).
No quarto trimestre fiscal, a margem Ebitda ajustada no país foi de 27,1% contra 18,4% um ano antes. “Nossa operação no Brasil entregou resultados excepcionais no quarto trimestre [fiscal] e a construção da nova fábrica está dentro do cronograma”, afirmou o executivo-chefe da companhia, Steve Voorhees, em teleconferência com analistas.
Para o executivo, ainda é cedo para identificar qual deve ser o ritmo dos negócios em 2019, mas é certo que, se implementadas pelo novo governo, as reformas estruturais vão alavancar os negócios. A decisão de investimento da WestRock, acrescentou, não está associada à agenda política no país e, sim, ao crescimento orgânico do mercado de embalagens.
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