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O Congresso Aço Brasil 2018 chegou ao fim nesta quarta-feira (22) no Hotel Transamérica, em São Paulo, com uma discussão sobre quais são os principais desafios que o setor siderúrgico encontra hoje. Participaram do debate os CEO’s de algumas das principais empresas do setor no país. Todos eles concordaram que a inovação é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma enorme oportunidade para as empresas modernizarem sua operação e ganharem mais competitividade nacional e internacionalmente.
O presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, lembrou que o setor está saindo de uma das piores crises da sua história, ilustrada por uma queda de 30% em vendas internas e consumo entre 2013 e 2017. “O ano de 2018 começou bem, mas foi impactado pela greve dos caminhoneiros em maio. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento”. Para ele, o setor deve se empenhar em voltar a operar com mais de 80% de capacidade. Atualmente, este número está em 68%.
Segundo Gustavo Werneck, diretor-presidente da Gerdau, a indústria no Brasil não precisa de incentivos nem benefícios, e sim de isonomia competitiva e condições igualitárias de concorrência. Isso passa pelo aprimoramento de fatores externos, como a complexidade tributária. “A Gerdau América do Norte possui sete colaboradores encarregados da área tributária. No Brasil, este número de profissionais é de 122”. Outra questão a ser resolvida também é o custo médio da energia, que está em US$ 120 por tonelada aqui, enquanto que nos EUA é de US$ 70.
Mas, de acordo com Werneck, é preciso se preocupar com os fatores internos de cada empresa – e a inovação surge como uma necessidade para as operações. “A partir de 2020, viveremos a era pós-digital, o que implica no fortalecimento de pilares que já empregamos hoje, como a difusão de tecnologia e o uso de inteligência artificial, dados e analytics. “Utilizamos novas maneiras de trabalhar e novos comportamentos, como o uso de uma metodologia ágil, foco no cliente e interação com o ecossistema tecnológico”.
Outro que mostrou otimismo com o futuro foi o CEO da Ternium, Marcelo Chara. Ele lembrou que a participação da indústria em geral no PIB brasileiro caiu 29% nos últimos 10 anos, respondendo hoje por somente 11,8% do valor total do que é produzido no país. “Acreditamos que o Brasil tem um potencial enorme e que é possível a recuperação se trabalharmos em conjunto. Devemos lembrar que, embora a indústria chinesa responda por 34% do PIB daquele país, o mesmo índice na economia dos EUA é de 14%”
Para Chara, as grandes oportunidades de competitividade passam pela melhoria da cadeia de valor, geração de eficiência por meio da indústria 4.0 e inovações voltadas para a atividade, como foi feito no Centro Industrial da Ternium, no Rio de Janeiro.
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Já para o CEO da ArcelorMittal Aços Longos Américas Central, do Sul e Caribe e também conselheiro do Aço Brasil, Jefferson de Paula, o mundo tecnológico muda muito, o que afeta profundamente os negócios da empresa. Concordando que o país precisa de políticas de estado de longo prazo, o que envolve também o marco jurídico e a inovação, o executivo destacou a inovação como um dos fatores essenciais para aproveitar as oportunidades que o mercado oferece. Nós acreditamos no aço, na empresa e no Brasil. Mesmo com a crise que houve no mercado nos últimos anos, continuamos investindo mais de R$ 1 bilhão por ano no país”.
O executivo mencionou que a empresa vem priorizando o foco no cliente e ferramentas de inovação, como o fomento ao ecossistema competitivo por meio de parcerias com startups, entidades de classe, universidades e fornecedores. Como exemplo de produto inovador citou o tênis Nike Air Jordan Future, feito com fibras de aço. “O aço constrói o futuro e o futuro do aço não tem limites, completou.
Encerramento
O novo presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil, Sergio Leite de Andrade (Usiminas) fez o encerramento oficial do Congresso Aço Brasil 2018, com balanço de importantes reflexões abordadas no evento e otimismo para as perspectivas futuras.
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