Óculos de proteção graduados serão exigidos em áreas de inspeção industrial

Para recertificação ISO 9001, empresas devem abandonar soluções paliativas até o final de 2018

As indústrias que desejam obter a certificação ou recertificação ISO 9001 em 2018 precisam estar atentas a uma mudança que entrou em vigor na última versão da norma, publicada em 2015.

O item 7.1.5.1 Generalidades determina que “a organização deve prover os recursos necessários para assegurar resultados confiáveis quando monitoramento ou medição for usado para verificar a conformidade de produtos”.

Diferentemente da versão anterior da norma (2008), que mencionava equipamentos de monitoramento e medição, a nova edição (2015), mais ampla, indica que os recursos podem se referir a pessoas, infraestrutura ou ambiente.

Isso significa que, nos processos de inspeção visual de qualidade, os recursos humanos são a principal ferramenta de verificação das características do produto. Logo, a capacidade de enxergar está diretamente ligada ao resultado dessa aferição.

Para ficar em conformidade com a nova determinação da ISO 9001:2015, é mandatório que as indústrias forneçam óculos de proteção graduados aos colaboradores que necessitam de lentes corretivas (óculos de grau) para o desempenho dessas atividades. O prazo para a adequação à norma termina em dezembro de 2018.

Na medida exata

Os óculos de proteção (ou de segurança) são utilizados em praticamente todos os segmentos industriais. Seu fornecimento é obrigatório por lei desde 1977, de acordo com as condições do ambiente de trabalho.

Porém, quando o empregado necessita de óculos de grau, muitas vezes a proteção visual acaba sendo feita de forma ineficaz. “Por desconhecer as consequências, algumas empresas fazem escolhas que podem comprometer a saúde do colaborador e a qualidade do trabalho que ele realiza”, informa Lucas Gregorio Mochko, técnico óptico e especialista em proteção visual da Diorama, tradicional fabricante de óculos de proteção graduados.


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Ele recomenda que as empresas forneçam óculos de segurança com lentes corretivas fabricadas mediante a receita oftálmica do empregado, com atenção para a escolha de armação e lentes adequadas para cada atividade, de acordo com o risco. “Adicionalmente, é necessário tomar as medidas técnicas ópticas antes de aplicar as lentes à armação escolhida”, adverte Lucas. 

Óculos de segurança, assim como qualquer EPI, devem ter o Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho.

Ter e não usar

Entre as soluções paliativas adotadas pelas empresas para substituir os óculos de proteção graduados estão os óculos de sobreposição (colocados sobre os óculos de grau já existentes) e os óculos com clipe (para prender lentes de grau que são fabricadas separadamente). Essa decisão geralmente está relacionada ao custo do equipamento ou à falta de conhecimento.

O problema é que esses modelos são desconfortáveis e pesados, gerando aversão ao uso. Uma pesquisa realizada pela Associação Internacional de Equipamentos de Segurança (ISEA) nos Estados Unidos comprovou que 68% dos trabalhadores retiram os óculos de proteção durante as atividades por se sentirem incomodados. Esse índice comprova que o equipamento de segurança ideal é aquele que o empregado realmente usa. Óculos de proteção graduados são superiores no quesito conforto, estimulando o uso contínuo.

Por isso, as empresas que desejam obter a certificação ou recertificação ISO 9001 devem abandonar, até o final de 2018, as soluções paliativas e adotar os óculos de proteção graduados, principalmente nas áreas de controle de qualidade.

“A suposta economia obtida com a escolha de itens de baixo custo pode se transformar em perdas significativas para a companhia caso ocorra um acidente de trabalho”, ressalta Lucas. Além disso, se houver uma auditoria e o empregado não estiver usando o EPI, a empresa pode ser multada ou considerada não-conforme.

Suporte às indústrias

Fundada em Curitiba (PR) em 1979, a Diorama é referência nacional na fabricação de óculos de proteção graduados e atende mais de 400 indústrias em todo o Brasil. Em 2017, inaugurou uma operação na Bahia para servir o polo de Camaçari e regiões vizinhas.

Com o nome Purelens, a empresa leva um serviço inédito ao mercado baiano: oferece visitas presenciais para a tomada de medidas ópticas dos colaboradores de seus clientes, com suporte técnico ilimitado pré e pós-venda.

“A ISO 9001:2015 trouxe novas demandas com relação à proteção visual na indústria”, afirma Ana Andréa Queiroz Ferreira, consultora da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e consultora de empresas para a certificação ISO 9001. “A chegada da Diorama/Purelens à Bahia é oportuna pois vai auxiliar as indústrias da região a cumprir os requisitos da norma”, finaliza.


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