Fonte: Energéticas - 11/08/07
Grupo planeja investir R$ 2 bi, em cinco anos
Formada a partir da fusão de três fundos de investimentos, a Empresa de Investimento em Energias Renováveis (Ersa) tem planos ambiciosos, entre os quais liderar a geração de energia elétrica via pequenas usinas de fontes renováveis. A empresa planeja investir cerca de R$ 2 bilhões para que, em cinco anos, ostente portfólio de mais de 30 projetos, que serão responsáveis por capacidade instalada de 600 megawatts (MW).
A Ersa vai construir apenas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), e usinas eólicas e de biomassa. Atualmente, a empresa prepara os trâmites legais para iniciar, no ano que vem, as obras em quatro PCHs, que consumirão investimentos de R$ 250 milhões. As PCHs Paiol (28 MW), Cachoeira Grande (20 MW) e Santa Cruz (14 MW), serão erguidas em Minas Gerais, enquanto que a PCH Salto Goes (15 MW), será construída em Santa Catarina. A previsão é que as unidades estejam operando a partir de 2010.
A maior parte dos projetos previstos pela Ersa são relativos à construção de PCHs. Segundo o diretor financeiro da companhia, André Sales, a opção por esses empreendimentos deve-se à maior facilidade para que saiam do papel, já que para serem construídos basta aprovação e conseqüente autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sem a necessidade de concessão via leilões.
"O processo de licenciamento é bem mais simplificado, as PCHs causam bem menos danos ambientais. Há vários outros projetos em estudo, que estão sendo desenvolvidos e serão apresentados à Aneel", ressalta.
Além do desenvolvimento de novos projetos, a Ersa pretende fazer aquisições dentro do modelo greenfield, ou seja, projetos já existentes, mas que ainda não saíram do papel. Sales recorda que o mercado de PCHs vem crescendo bastante nos últimos anos, sendo que no ano passado, foram concedidas mais de 100 autorizações para novos empreendimentos cujo porte é de capacidade instalada inferior a 30 MW.
No campo da biomassa, a Ersa vai construir usinas que utilizarão em grande parte matéria-prima para gerar energia elétrica, como casca de arroz e resíduos de madeira. Outras fontes, como bagaço de cana, não estão descartadas, lembra Sales. Mas ele explica que a maior parte das usinas de geração de energia pela matéria-prima do álcool e do açúcar estão atreladas a essa produção já existente.
"Há mais condições de se aproveitar os resíduos da madeira e a casca do arroz, pois não estaria ao sabor dos ventos da demanda de álcool e açúcar. Nosso negócio é gerar energia. Para os usineiros, isso ainda está em segundo plano", afirma.
biomassa junto a fontes. A idéia é construir as usinas de biomassa em regiões próximas dos pólos das fontes a ser utilizadas. No caso da casca de arroz, a região Sul é o alvo, e para os resíduos de madeira, o Brasil todo tem produção. Em relação a esse aproveitamento no Brasil, André Sales argumenta que ainda está em fase inicial, mas que já há bons projetos sendo desenvolvidos no Sul do País.
O executivo confirma que pretende investir na construção de usinas eólicas, apesar de classificar essa aposta como um grande desafio, em função do alto custo de construção das unidades, e o preço elevado da energia gerada por essas usinas (em torno de R$ 200 o megawatt/hora).
"Há falta de equipamentos no mercado, e isso encarece bastante o custo de construção. É um grande desafio construir essas usinas", ressalta.
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