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A Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais do Governo Federal aprovou na última quarta-feira, 17 de janeiro, o início do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energia Renovável. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, destacou a importância da iniciativa ao lado do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Luiz Barroso, que estava em Abu Dhabi na 8º Assembleia Geral da Irena.
De acordo com Coelho Filho, o Brasil é um dos melhores exemplos da substancial representatividade das energias renováveis na matriz, tanto elétrica quanto energética. Para ele, o país pode contribuir muito com a agência e seus países membros. Como país membro, haverá uma participação mais ativa do debate sobre temas relevantes da agenda energética internacional, bem como o benefício das ferramentas e iniciativas desenvolvidas pela Irena.
O ministro ainda lembrou que a Irena vem realizando um importante trabalho desde sua fundação, há apenas 9 anos, período em que logrou estabelecer-se como autoridade global em energia renovável, e criou um relevante ambiente de debate das políticas de energias renováveis, incluindo os biocombustíveis, em nível mundial. São 152 países membros e cerca de 30 países em processo de adesão, como o Brasil.
A Assembleia da Irena ocorrida nos dias 13 e 14 de janeiro teve como temas centrais a discussão de políticas públicas para integração de renováveis e eletrificação da mobilidade. O presidente da EPE, Luiz Barroso, que representou o Brasil pelo segundo ano no encontro, avaliou a importância da entrada do país na agência, definindo-a como mais uma ação da gestão do ministro Coelho Filho na internacionalização do país e no debate sobre renováveis. O Brasil também já havia se associado à Agência Internacional de Energia.
Segundo ele, o Brasil é pioneiro em uma série de políticas para inserção de energia renováveis que foram posteriormente referências para vários países. A participação do Brasil na Irena vai colocar o país na elite mundial da nova onda de discussões, exportando e importando o melhor do conhecimento sobre o tema. “Teremos a chance de aumentar o diálogo e a troca com outros países, visando ensinar aquilo que for possível e aprender sempre e com isso melhorar as políticas públicas de renováveis no país visando mais eficiência e ganhos ao consumidor final”, afirma.
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As associações do setor comemoraram a entrada do Brasil na Irena. Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, cada vez mais a importância da agência de renováveis vem sendo notada como um fórum altamente qualificado para o debate e a aceleração da inserção das renováveis. “A Irena é um fórum extremamente importante porque ela concentra um braço técnico altamente qualificado que avalia, faz projeções do envolvimento dos setores e dos mercados de energias renováveis”, explica. O acompanhamento de dados como o número de empregos gerados pelas fontes renováveis no mundo foi outro aspecto citado pelo presidente da associação. Sauaia ressaltou ainda o papel que a Irena como fomentador do setor financeiro, viabilizando o acesso a recursos sem os quais os projetos não conseguiriam se desenvolver.
Em nota à imprensa, Sauaia disse que o ingresso na associação representa um importante passo em favor do desenvolvimento das energias renováveis no país e uma grande oportunidade para o Brasil, que é referência mundial em energias renováveis, de compartilhar seu conhecimento e experiências. Para ele, agora há uma oportunidade única de posicionar o Brasil e o setor fotovoltaico brasileiro como protagonista nas iniciativas desenvolvidas pela Irena, de maneira que o país possa incorporar as melhores práticas internacionais.
Na Associação Brasileira de Energia Eólica, o ingresso na Irena foi visto como um grande avanço para as energias renováveis de baixo impacto, como a energia eólica, na opinião da presidente executiva da associação, Élbia Gannoum. A fonte renovável tem batido sucessivos recordes de geração e vem dominando os leilões de energia nos últimos anos, conquistando espaço significativo na matriz. De acordo com ela, fazer parte da agência irá colocar o Brasil em um novo patamar de maturidade perante a comunidade internacional.
A executiva da ABeeólica acredita que o Brasil tem muito a contribuir nas discussões da Irena, já que tem mais de 500 parques eólicos em operação e produtividade bem acima da média mundial. Segundo ela, o Brasil tem muito a ganhar com o aprendizado de outros países e certamente vai se beneficiar muito do conhecimento que a agência tem acumulado.
A Agência teve como foco o fomento às tecnologias eólica e solar produzidas nos países desenvolvidos. A partir de 2011, passou a considerar os bicombustíveis e a energia hidráulica no escopo dos seus trabalhos. A alteração estimulou o ingresso de países em desenvolvimento, como a África do Sul, Índia e China. A participação brasileira na Irena contribuirá para a Plataforma Biofuturo, iniciativa do Ministério das Relações Exteriores, que conta com a participação do MME. As ações do MRE no campo internacional estão compatíveis com o Programa RenovaBio.
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