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Guilherme Alfredo Kastner    |   27/11/2017   |   Projeto Descomplicado   |  

Especificação de dados em modelos

Senhores,
 
Como já falei aqui muitas vezes na coluna, a história do desenvolvimento de projetos mecânicos originalmente era no papel, depois em softwares 2D e depois em 3D. Quando o desenvolvimento tridimensional chega ao mercado de massa, a saída da documentação dele ainda se dava em um 2D, como em um CAD antigo, os famosos arquivos drawings:
 
SolidWorks – Arquivo slddrw
Creo – Arquivo drw
Solid Edge – Arquivo dft
Autodesk Inventor – Arquivo idw ou dwg
 
O que está muito em moda é a aplicação real de recursos de MBD, model based definition. Se fala como se essa fosse a nova revolução dos recursos de projetos dimensionais. Afinal, ler um desenho baseado em vistas requer um aprendizado, atenção, conhecimento de rebatimento de vistas, alinhamentos. Os recursos de aplicação de lógicas de definição de modelos tem como base a simplificação do processo de comunicação de itens a serem manufaturados.
 
Na prática, os projetos 3D mantém os hábitos dos projetos 2D. Ele simplesmente trabalha na conversão dos modelos em geometrias planas. Por conta das convenções existentes em projetos 2D, desenhos tridimensionais são mais facilmente adotados de início. Eles tipicamente definem geometrias como arestas, curvas, vértices em detalhes completos ao invés de características como faces, furos, oblongos ou rebaixos. A definição de geometrias limita o potencial de popularizar automação de manufatura por falta de recursos.
 
Entretanto, para atender melhor o processo de manufatura, a definição de geometrias é melhor aceita no processo fabril pois os itens manufaturados ou inspecionados são faces, furos, oblongos ou rebaixos. Arestas, curvas e vértices são consequências do processo. Nenhuma pessoa de processos se preocupa com a distância entre dois pontos. A preocupação real é o diâmetro de um cilindro ou a distância entre duas faces.
 
Além do mais, modelos 3D habilitam implantações de MBD de forma única que transpassam a mentalidade de desenhos. Por exemplo, recursos de anotações nos capacitam aplicações práticas de aplicações de tolerâncias e seleções cruzadas entre notas e geometrias A imagem seguinte demonstra um exemplo no SolidWorks, onde um nota selecionada destaca a geometria a ser especificada. Esse tipo de anotação não é algo apenas visual, porém poderá ser aplicada de forma prática para soluções CAM e máquinas CMM.
 

Para conclusão, vale relembrar que existe mais de um aspecto na implantação de soluções MBD. Se o seu objetivo principal é a exibição de informações em um ambiente tridimensional e interativo, o desenho 3D é um bom início. Caso você opte por descrever de forma detalhada e automatizada o processo de manufatura, os recursos baseados na descrição de produção são recomendados.
 
Cabe lembrar que as soluções de MBD são cobertos por normas técnicas como a ASME Y14.5 e ASME Y14.41. Também cabe ressaltar que além do SolidWorks outros sistemas CAD como o CATIA estão se adaptando a estas metodologias de apresentação de modelos.
 
Sds,
Kastner
O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Guilherme Alfredo Kastner

Técnico de aplicações da SKA Automação de Engenharias desde setembro de 2004. Trabalhou com diversas Soluções Autodesk, SolidWorks. Nos últimos anos o trabalho tem sido focado na melhoria da comunicação das engenharias com os seus clientes dentro das corporações como a fábrica, administrativo e outros setores.


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