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Apesar de os investimentos darem os primeiros sinais de retomada, ainda vai demorar até que as empresas voltem efetivamente a ampliar sua capacidade de produção. Com uma ociosidade muito alta nas fábricas, grande parte dos desembolsos vêm sendo feitos para aquisição de peças a fim de colocar uma máquina parada em funcionamento ou para adquirir equipamentos de automatização com o objetivo de reduzir custos com mão de obra.
De janeiro a agosto, houve um crescimento de 15,1% nas importações de peças e acessórios para bens de capital em relação a 2016, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei). Dados do IBGE mostram que a produção nacional de peças e acessórios para bens de capital cresceu entre junho e agosto ante ao mesmos meses de 2016, embora no ano até agosto acumule queda. "É um sinal da reativação, mas não do investimento como ampliação da capacidade, que está difícil", diz o presidente da Abimei, Paulo Castelo Branco.
Esse movimento é confirmado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho. "Muitos estão fazendo um 'retrofit' dos equipamentos: pegam uma máquina antiga e dão uma modernizada, compram peças, porque a capacidade ociosa está sobrando", explica Coelho.
Investimentos
Pesquisa da Abiplast, feita em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostra que, pelo segundo ano seguido, a indústria de transformação de plásticos teve queda nos investimento. Em 2016, houve retração de 50% e, neste ano, a expectativa é de um corte de 14%, totalizando R$ 887,4 milhões. "Tão cedo o investimento em alta da capacidade não deve voltar", diz Roriz.
Levantamento feito pelo economista José Ronaldo de Souza Júnior, coordenador do grupo de Estudos de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 82,6% dos investimentos deste ano serão para cobrir o desgaste das máquinas, equipamentos e ativos, como estradas, por exemplo, e apenas 17,4% serão voltados para ampliar a capacidade de produção e a prestação de serviços. Mas, no ano que vem, a parcela dos investimentos direcionados para ampliar a capacidade produtiva da economia brasileira deve subir e atingir 20%, interrompendo quatro anos seguidos de queda, prevê o economista do Ipea.
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Ele explica que, normalmente, a fatia do investimento destinada a cobrir a depreciação de máquinas, equipamentos e ativos é maior do que a parcela voltada para aumento da capacidade. "Historicamente, mais da metade do investimento é para cobrir depreciação. Mas, neste ano, essa fatia está muito alta." Entre 1992 e 2016, a média histórica para a reposição da depreciação foi de 67%, diz.
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