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A Fenabrave voltou a revisar para cima suas projeções de vendas de veículos para este ano. Baseada nos resultados obtidos até setembro, a entidade que reúne os concessionários prevê crescimento maior dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves, ao mesmo tempo em que espera por queda menor do que inicialmente previsto para o mercado de caminhões.
Este ano, esta é a segunda revisão que a entidade faz em suas projeções. “O cenário melhorou bastante com inflação abaixo da meta (do Banco Central) e redução dos juros. Isso aumentou a confiança do consumidor, que está voltando a comprar”, justifica Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
O segmento que aproveita melhor a recuperação do mercado é o de automóveis e utilitários. A Fenabrave projeta o emplacamento de 2,18 milhões de veículos leves este ano, o que significará alta de 9,9% sobre 2016. Essa expansão pode ser até um pouco maior, segundo Tereza Maria Fernandez, economista da MB Associados responsável pela assessoria econômica da associação: “Se imaginarmos vendas acima de 200 mil unidades nos próximos meses que faltam para fechar o ano, o que não é muito difícil de acontecer, o crescimento já será acima de 10%”, calcula.
No início de 2017, em janeiro, a projeção da Fenabrave era de elevação residual de 2,4% nas vendas de veículos leves, em torno de 2 milhões de unidades. Em julho a entidade aumentou a estimativa para crescimento de 4,3% (2,07 milhões) e agora mais que dobrou a aposta, esperando alta em torno de 10%. “A intensidade da recuperação econômica é alta, maior do que esperávamos no início do ano. Dezembro deve consolidar esse cenário positivo”, afirma Tereza Fernandez. Ela destaca especialmente a queda do juro e trazida pela inflação prevista para ficar abaixo da meta do Banco Central, de 4% ao ano, até 2019 – sem no entanto citar que o principal responsável pela baixa inflação é o desemprego ainda muito alto, o que pode comprometer a esperada prosperidade econômica. A MB Associados projeta avanço de 1,7% no PIB deste ano e expansão de 3% em 2018.
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Apesar das incertezas que ainda rondam o cenário político, com instabilidade do atual governo de exceção e eleições no ano que vem, Assumpção confia na continuação da tendência de expansão do mercado de veículos: “Para 2018 a expectativa é de novo crescimento”, aposta.
Caminhões em marcha lenta
A Fenabrave também melhorou a projeção de vendas de caminhões este ano. Em janeiro a entidade esperava elevação de 2,8% (51,7 mil unidades), em julho revisou a previsão para queda de 11,5% (44,5 mil) e agora já prevê retração menor, de 2%, para 49,3 mil emplacamentos.
“O que vende caminhão é PIB, o aumento da atividade econômica. As safras recordes de soja e milho melhoraram as vendas, que seriam muito piores sem esse fator, mas não foram suficientes. O segmento não acompanhou integralmente a recuperação econômica porque ainda existem cerca de 110 mil caminhões novos parados que estão sendo gradualmente integrados às operações dos transportadores. Houve antecipação de compras em passado recente, ainda na época dos financiamentos do BNDES/PSI, com juros negativos de 2,5% ao ano”, explica Assumpção Júnior. “Mas o mercado está melhorando. Queda de 2% este ano já é muito menor do que os 30% do ano passado (em comparação com 2015)”, destaca o presidente da Fenabrave.
Ônibus revertem queda
Depois de um primeiro semestre difícil, a Fenabrave estima que as vendas de ônibus vão reverter a tendência de queda e fechar o ano em alta de 8,8%, com 14,7 mil unidades. Em julho a entidade estimava retração de 5,5%.
“A frota de ônibus rodoviário e urbanos está muito envelhecida e existe necessidade de renovação, por isso os negócios estão sendo retomados com um pouco mais de velocidade”, explica Assumpção. “No ano passado o mercado de urbanos foi bastante afetado pelas eleições municipais (quando as compras param). Também houve muitas ações de vandalismo em ônibus que acabam forçando a troca”, completa. No caso do segmento de modelos rodoviários, o dirigente avalia que o excesso de promoções nos preços das passagens e gastos extras com segurança para coibir assaltos nas estradas reduziram o poder de compra dos empresários do setor.
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