Grupo Trumpf cresce 11% em vendas no ano fiscal

Encerrado em junho, o ano fiscal 2016/17 mostra forte reação nas vendas, que saltaram de 2,8 para 3,1 bilhões de euros. Alemanha, Coréia do Sul e os EUA registraram os melhores resultados. No Brasil, a entrada de pedidos dobrou e a receita ficou 50% maior

O Grupo Trumpf registrou uma significativa recuperação de 10,8% em vendas globais no ano fiscal de 2016/17, que terminou em 30 de junho de 2017. De acordo com os dados preliminares, as vendas realizadas entre 1º/07/2016 e 30/06/2017 alcançaram 3,1 bilhões de euros (acima de 2,8 bilhões de euros em 2015/16). A entrada de pedidos chegou a 3,4 bilhões de euros (contra 2,8 bilhões de euros em 2015/16), um aumento de 21,1%.

Mais uma vez, a Alemanha foi o maior mercado (com vendas de 642 milhões de euros), seguida pelos EUA (416 milhões de euros) e pela China (398 milhões de euros). As vendas na Coréia do Sul - onde estão baseados muitos dos clientes da Trumpf da indústria eletrônica - foram particularmente animadoras: cresceram 57%, chegando a 209 milhões de euros. Isso fez do país o quarto maior mercado Trumpf em todo o mundo no último ano fiscal.

Na Europa, a Itália (com crescimento de 34% ante o último ano fiscal) e Holanda (55% acima) tiveram as melhores performances individuais. Na Holanda, as vendas foram impulsionadas pelo negócio da EUV com o fabricante de chips ASML. A Trumpf fornece chips ASML com lasers que usam radiação ultravioleta extrema para processar superfícies de chips para a indústria de computadores.

A HÜTTINGER, subsidiária da Trumpf em Freiburg, teve um bom ano, registrando vendas de 118 milhões de euros - aumento de 52% em relação ao ano fiscal anterior.

O número de funcionários do Grupo aumentou 6%, subindo para 12 mil.

A Trumpf  atribui a recuperação do Grupo nas vendas a uma economia global forte. "Em muitos mercados, superamos nossas expectativas, com uma contribuição igual de todos os nossos produtos", diz Nicola Leibinger-Kammüller, CEO da Trumpf . "Mas sabemos que o clima de investimento atual foi influenciado por fatores externos, como a taxa de câmbio do euro e os preços das matérias-primas".


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A presidente ressalta que a Trumpf usou o ano fiscal passado para impulsionar seu investimento na plataforma de negócios digital AXOOM, bem como na expansão de locais na Alemanha e no exterior. Exemplos incluem a conclusão das instalações de produção e venda em Varsóvia (Polônia) e Neukirch (Alemanha), bem como o centro de logística na sede em Ditzingen, construído no valor de 35 milhões de euros, que será inaugurado em 19 de outubro de 2017. A TRUMPF também construiu uma fábrica demo da indústria 4.0 em Chicago, com investimento de 13 milhões de euros, que será aberta em 12 de setembro de 2017, com a presença do Trumpf  Group Management.

"Claramente há diferenças políticas entre a Alemanha e os EUA no momento, o que torna cada vez mais importante darmos aos nossos clientes americanos um sinal claro de que vemos os EUA como um dos principais mercados para a produção digital", afirma Nicola Leibinger-Kammüller.

O Grupo Trumpf também adotou uma nova estrutura organizacional, com ênfase em adaptação pessoal, que espera que ajude a avançar com futuras tecnologias como EUV, fabricação de aditivos e digitalização.

Mercado brasileiro

A mudança no comando da Presidência da República e a nova equipe econômica trouxeram ânimo ao mercado, fazendo do segundo semestre de 2016 o melhor período para a Trumpf do Brasil no último ano fiscal. "As alterações criaram um ambiente de confiança, favorecendo a retomada dos negócios", diz João C. Visetti, diretor-presidente da empresa.

De janeiro a junho deste ano, porém, a descoberta de novos casos de corrupção abalou novamente a confiança dos investidores, paralisando os projetos. Mesmo assim, a Trumpf do Brasil fechou o ano fiscal com o dobro de entrada de pedidos e vendas totais 50% maiores em relação ao ano fiscal anterior.

Máquinas-ferramenta para o corte a laser continuam sendo o carro-chefe da companhia, que é líder mundial em tecnologia laser aplicada à indústria. No Brasil, fabricantes de peças e componentes para os setores automotivo e de máquinas agrícolas são os principais compradores das máquinas Trumpf. E eles exigem, cada vez mais, equipamentos de alta tecnologia, alta produtividade e alto desempenho agregadas às soluções de conectividade. "Se a máquina não tiver soluções de automação e plataformas voltadas para a integração dos processos no chão de fábrica, não vende", comenta Visetti.

Os dois primeiros meses do novo ano fiscal, iniciado em 1º de julho de 2017, têm revelado pequena melhora no ambiente de negócios, segundo o diretor-presidente da Trumpf do Brasil. "Começou melhor do que o mesmo período do ano passado. Percebe-se uma reativação no nível de interesse do empresariado em retomar os projetos", afirma.