Toyota busca ampliar exportações brasileiras com motor de fabricação local

A Toyota em breve iniciará a venda de automóveis Corolla de fabricação brasileira no Peru e está em estudos avançados para exportar veículos do Brasil para Chile e Colômbia, em um esforço para tornar as fábricas sul-americanas mais competitivas, disseram executivos da montadora na quinta-feira (16).

Executivo mais sênior da empresa na região, Steve St. Angelo afirmou que as exportações para o Peru fazem parte de um plano de longo prazo para integrar as operações brasileiras com o restante da América Latina, que por muito tempo importou o Corolla dos Estados Unidos.

As fábricas brasileiras da Toyota, que exportavam apenas para Argentina quando St. Angelo assumiu a posição em 2013, agora também fornecem o sedã Corolla e o Etios para Uruguai e Paraguai.

A montadora japonesa investiu em uma nova unidade de motores e instalações de engenharia no Brasil, que segundo St. Angelo serão fundamentais para elevaro conteúdo doméstico do Corolla e do Etios dos atuais 60 por cento. Passando a importar menos peças, as fábricas brasileiras devem ser capazes de exportar de modo mais competitivo para novos mercados, explicou o executivo.

O novo presidente-executivo da Toyota no Brasil, Rafael Chang, disse que espera ter novidades "em breve" sobre as exportações para Chile e Colômbia.

As exportações do Brasil pela Toyota subiram quase 10 por cento em 2016, para cerca de 43 mil automóveis, dos 176 mil produzidos no país.

"Estamos tentando diversificar nossas operações brasileiras, então não seremos tão dependentes de uma única economia", disse St. Angelo a jornalistas no evento de lançamento do novo Corolla no Brasil.

A pior recessão em mais de um século no Brasil derrubou quase pela metade as vendas de automóveis desde 2012, afetando os resultados da montadoras e levando-as a cortar cerca de 35 mil trabalhadores.

As fábricas automotivas no Brasil ainda estão usando menos de metade da capacidade instalada, uma vez que o elevado desemprego e o aperto de crédito inibem a demanda. St. Angelo reconheceu que a Toyota passou por dificuldades para gerar lucro no Brasil durante a recessão.


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"Não vamos ter lucro neste ano", disse ele em relação aos negócios no Brasil, acrescentando que a Toyota não concluiu as projeções para o ano fiscal. "Estamos fazendo uma quantia inacreditável de corte de despesas. Todo mundo está se sacrificando."

St. Angelo afirmou ainda que uma reformulação das operações na Argentina também diversificou as exportações daquele país para além de Brasil, passando a incluir Honduras, Guatemala, Peru, Chile e Colômbia.