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A demanda mundial pela maior eficiência no consumo de energia elétrica impulsiona a evolução dos aços usados na fabricação de motores de geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, geradores e transformadores. Chamados de aços elétricos e compostos basicamente de ferro e silício, eles são produzidos desde o início do século XX e têm como característica a facilidade de serem magnetizados e transformar a energia elétrica em energia mecânica.
Uma reportagem publicada na edição de janeiro da Revista Pesquisa Fapesp mostra que, no início da década de 1990, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) iniciava a produção de aços elétricos de grão não-orientado (GNO). O produto era usado para abastecer fabricantes de motores de equipamentos elétricos de menor eficiência e de eletrodomésticos como liquidificadores, fornos de micro-ondas e autopeças. O desafio seguinte da companhia era desenvolver uma segunda família de aços elétricos para entrar nos mercados de motores que demandam maior rendimento energético.
Naquele momento a companhia trabalhava com pesquisas relacionadas à adição, ao aço elétrico, de elementos químicos como silício, fósforo e alumínio para obter uma melhoria das propriedades magnéticas. A aproximação entre o IPT e a CSN ocorreu em 1994, quando pesquisadores do Instituto tentaram agrupar siderúrgicas, estamparias, fabricantes de motores em um consórcio tecnológico.
O grupo não se concretizou, mas a CSN se interessou pelas pesquisas e iniciou um intercâmbio. A parceria foi viabilizada com um projeto do programa Pite lançado pela Fapesp em 1994, para financiar projetos desenvolvidos em conjunto por instituições de pesquisas e empresas.
Os trabalhos conjuntos do IPT com a CSN consumiram quase quatro anos. Desde então, a empresa produziu mais de 500 mil toneladas de aços elétricos, abastecendo principalmente o mercado interno. Os ajustes no processo produtivo capacitaram a CSN a produzir um aço com perdas elétricas 30% inferiores em relação à linha de produtos até então disponíveis no catálogo da empresa.
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“Calcula-se que 50% da energia elétrica produzida por ano no mundo é consumida por motores. Por volta de 3% dessa energia é dissipada como perdas magnéticas. São números que podem ser reduzidos com o desenvolvimento de aços elétricos mais eficientes”, afirma o diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, que participou do projeto na época como pesquisador.
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