Associações de Remanufaturadores firmam acordo que unifica definições da indústria internacional

Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças está entre as seis associações que firmaram o acordo internacional, considerado um importante marco no desenvolvimento da indústria global de remanufatura.

Pela primeira vez, na indústria global de remanufatura, seis associações representando os mercados da Europa, Estados Unidos, Brasil e China fecharam acordo com definições comuns sobre o processo de remanufatura e a peça usada (casco). O documento é um grande passo rumo ao crescimento da conscientização e aceitação de produtos remanufaturados no mercado mundial.

Chegaram a um alinhamento comum a respeito de um conjunto de descrições que define essa indústria a CLEPA, Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (European Association of Automotive Suppliers); a MERA, Associação de Remanufaturadores de Equipamentos & Motores (Motor & Equipment Remanufacturers Association); a APRA, Associação de Remanufaturadores de Peças Automotivas (Automotive Parts Remanufacturers Association), a ANRAP, Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças; a FIRM, Organização Europeia para Remanufatura de Motores (European Organization for the Engine Remanufacture); e o CPRA, Comitê de Remanufatura da Associação da China de Fabricantes Automotivos (Remanufacture Committee of China Association of Automobile Manufactures). 

"Por muitos anos, a falta de um entendimento comum dentro do setor gerou debates rigorosos, interpretações errôneas, além da falta de um movimento unificado", afirmou Roberto Vavassori, presidente da CLEPA. Jefferson Germano, presidente e membro da ANRAP, destacou que o convite para participação no acordo é um reconhecimento do esforço conjunto dos fabricantes, associados à ANRAP, na disseminação do conceito e benefícios dos produtos remanufaturados no mercado brasileiro. "Esta projeção internacional é, sem dúvida, uma grande conquista para a ANRAP, enquanto o acordo é fundamental no fortalecimento do programa global de sustentabilidade", afirmou Germano. 

"O crescimento do uso de produtos remanufaturados tem acelerado uma tendência global de economia circular", acrescentou John Chalifoux, presidente e COO da MERA. "O anúncio de um entendimento comum entre as associações ajudará a indústria a comunicar os benefícios de qualidade, valor e sustentabilidade dos produtos remanufaturados", disse.


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Juntas, as seis associações estabeleceram que: (1) o Processo de Remanufatura é um processo industrial padronizado, por meio do qual a peça usada (casco) volta a ser nova, ou melhor, a ter as mesmas condições e desempenho. Trata-se de um processo em conformidade com as especificações técnicas, incluindo normas de engenharia, qualidade e testes, e com garantia plena ao produto. É um processo industrial estabelecido, totalmente documentado e capaz de cumprir os requerimentos definidos para a remanufatura; (2) a Peça Usada (Casco) é um produto previamente vendido, usado e não mais utilizável, destinado ao processo de remanufatura. Durante a sua logística reversa, o casco é protegido, manuseado e identificado para uso na remanufatura, a fim de evitar danos na peça e preservar o seu valor. Um casco não é um resíduo ou uma sucata e não deve ser reutilizado, antes de ser remanufaturado. 

Adicionalmente, Associações Europeias previamente acordaram com a seguinte definição para o mercado europeu: uma Peça Remanufaturada cumpre a função de uma peça original equivalente. O produto é restaurado a partir de uma peça usada (casco) existente, por meio de processos industriais padronizados de acordo com determinadas especificações técnicas. Uma peça remanufaturada tem a mesma garantia de um produto novo, sendo claramente identificada como um item remanufaturado. No Brasil, a ANRAP foi uma das incentivadoras do processo de promulgação da norma 16.290 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), de 04/2014, para bens reprocessados, a qual define os produtos em três categorias distintas: remanufaturados, recondicionados e reparados.

"O processo de remanufatura, presente no mercado há várias décadas, tem ganho maior consciência, especialmente, junto aos governos", afirmou Steve Handschuh, presidente e CEO da Associação Motor & Equipment Manufacturers (MEMA). Lei assinada pelo presidente Barack Obama requer que as agências federais priorizem o uso de componentes remanufaturados na manutenção da frota, para a redução de custos enquanto a qualidade dos veículos é mantida. Outro exemplo é a Aliança G7 para a Eficiência de Recursos, onde seus membros se comprometeram a apoiar a economia circular e a remanufatura. "Estas são indicações claras de que a remanufatura está cada vez mais presente na agenda dos governos", comenta Peter Bartel, vice-chairman do Conselho Europeu da APRA. "Este acordo internacional nos permitirá falar com uma só voz, aperfeiçoando a apresentação de nossos pontos de vista e de soluções voltadas à sustentabilidade aos nossos clientes, organizações relevantes, políticos e governos do mundo todo."

"Em uma economia mundial, com plataformas globais de produtos, a remanufatura é a melhor maneira de proteger a nossa matéria-prima, meio ambiente e manter a qualidade do produto a preços acessíveis aos consumidores. Estas definições nos levam claramente a essa direção", declarou Joe Kripli, presidente da APRA.