BNDES cria linha para compra de ativos de empresas em recuperação judicial

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira (25) nova linha de 5 bilhões de reais para fomentar a compra de ativos de companhias em recuperação judicial, extrajudicial, falência ou crise por empresas saudáveis.

Em coletiva de imprensa, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que a linha entrará onde o mercado privado não está atuando, sendo que não envolverá subsídios do Tesouro e será constituída por recursos que o BNDES já tem.

O chamado Programa de Incentivo à Revitalização de Ativos Produtivos irá vigorar até 31 de agosto de 2017 e contará com taxa de juros referenciais de custo de mercado e/ou custo financeiro equivalente ao eventual crédito já preexistente do BNDES.

"Buscamos como o banco poderia atuar de forma a preservar a atividade econômica, incentivar a atividade econômica e preservar empregos", disse Maria Silvia, chamando a atenção para o volume expressivo de empresas que entraram em recuperação judicial no primeiro semestre, de 923 companhias, aumento de quase 90 por cento sobre igual período de 2015.

Questionada se a linha não seria muito modesta, tomando como exemplo a problemática situação da operadora de telecomunicações Oi --cuja dívida ultrapassa 65 bilhões de reais e pediu recuperação judicial em junho--, Maria Silvia afirmou que o BNDES irá avaliar o tamanho do programa em função da demanda, destacando ainda que o crédito não será ofertado para as empresas em dificuldades, mas para aquelas que queiram comprar seus ativos.

O BNDES também anunciou a ampliação da linha voltada a capital de giro por meio da extensão do prazo e reforço orçamentário ao Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren), cujo orçamento total passa a ser de 10 bilhões de reais. Deste total, 6 bilhões de reais já foram empenhados e o programa foi prorrogado até 31 de dezembro de 2017.


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No âmbito das mudanças, as taxas de juros do Progeren também foram reduzidas, passando a 16,61 por cento ao ano para as grandes empresas, com faturamento acima de 300 milhões de reais, sobre 17,11 por cento antes.