Gerdau vê sinais de melhora na demanda por aço no Brasil, eleva uso de capacidade

O grupo siderúrgico Gerdau vê sinais de melhora na demanda por aço no Brasil, o que contribuiu para ampliar o nível de uso da capacidade produtiva da companhia no Brasil de 65 para 75 por cento entre o primeiro e o segundo trimestre.

"Começamos a ver alguns sinais de melhora na confiança em geral. A produção industrial nos últimos 3 ou 4 meses tem sido positiva, apesar da base muito fraca. Aparentemente, a produção parou de cair, favorecida por exportações", disse o presidente-executivo da companhia, Andre Gerdau Johannpeter, a jornalistas.

Ele afirmou que a companhia aguarda uma retomada das obras de infraestrutura, importantes consumidoras de aço, diante da fraqueza nas vendas de veículos e de moradias no país.

"Para nosso setor é importante uma retomada da infraestrutura e começamos a ver uma tendência de retomada das obras", afirmou Gerdau.

As ações da companhia lideravam entre as altas do Ibovespa, mostrando valorização de 3 por cento às 13:33, enquanto o índice tinha queda de 1,46 por cento.

Mais cedo, a Gerdau reportou queda de 30,6 por cento no lucro líquido do segundo trimestre na comparação anual. Mas o lucro subiu forte sobre trimestre anterior, apoiado em contenção de despesas e em queda na relação de endividamento.

Segundo o diretor financeiro da Gerdau, Harley Scardoelli, a empresa espera que a alavancagem siga em queda até o fim do ano. A dívida líquida sobre Ebitda em reais caiu de 4,1 vezes para 3,6 vezes do primeiro para o segundo trimestre. Em dólares, a relação passou de 4 para 4,1 vezes.

Na frente da revisão das atividades globais da companhia, Johannpeter não deu muitos detalhes, além de dizer que após a venda das operações da empresa na Espanha no final de junho, a Gerdau segue avaliando a rentabilidade futura de seus ativos em meio ao excesso de capacidade da indústria siderúrgica mundial.

"Seguimos avaliando alternativas como joint venture, venda parcial, juntar alguma linha de produtos", disse o executivo ao ser perguntado sobre o assunto.


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Questionado sobre operações do grupo no Brasil, Johannpeter lembrou de acordo de cooperação técnica em produção de chapas grossas anunciado em fevereiro com a japonesa JFE Steel e da joint venture anunciada em janeiro com as também japonesas Sumitomo e Japan Steel Works para fornecimento de componentes para a indústria de energia eólica.