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O diretor da marca que produz um dos carros mais desejados do mundo contou aos participantes do Fórum da Indústria 4.0 que o design não será mais o foco da indústria automotiva. “O foco no [design] do carro vai diminuir, o foco será nos serviços”, diz. Depois de lembrar que a Indústria 4.0 já faz parte da agenda nacional da Alemanha, o diretor geral da Porshe Consulting no Brasil, Rüdiger Leutz, destacou que a Porshe “não faz Indústria 4.0 porque é sexy, mas por causa dos clientes”. O fórum foi realizado na última quinta-feira (19), durante a Mecânica 2016, nos Pavilhões do Anhembi, em São Paulo.
O consumidor está ficando mais exigente e a sua demanda está mudando. “O que ele espera de um produto ou serviço vai aumentar mais e mais”, ressalta Leutz. Para o executivo, sincronização entre recurso e demanda é o foco dessa nova indústria. Comunicação e colaboração são características dos serviços tecnológicos que os novos carros deverão oferecer aos seus clientes.
Leutz explica que a Indústria 4.0 não é uma possibilidade futura, mas algo que já está acontecendo. “As pessoas devem colocar [a manufatura avançada] na agenda [da indústria]”, afirma. Para ele, o processo de produção está mudando e isso exigirá novos tipos de profissionais. O desenvolvimento dos serviços – comunicação entre veículos, carros autônomos, avenidas que se comunicam com o veículo e outras tecnologias –, já estão mudando o mercado automotivo e o diretor enfatiza que o empresário precisa se planejar para essa tendência industrial.
O arquiteto de soluções da IBM, João Coan, também falou da posição da IBM quanto ao tema do painel. Para Coan é preciso mudar a maneira de se fazer novos produtos. Ele explica que a mudança não precisa exigir alto investimento, mas que o empresário deve pensar na melhor maneira de começar. “O que eu tenho dentro de casa que pode ser melhor utilizado?”, indaga à plateia. “A tecnologia é um apoio”, complementa Coan. O executivo ressalta a importância de rever os processos industriais e buscar na tecnologia e na Indústria 4.0 apoio para se tornar mais produtivo em alguns processos.
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Outro ponto enfatizado por Coan é a necessidade da indústria se aproximar de seus clientes, entender o que eles querem de um produto e o que eles precisam. O especialista em Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês para Internet of Things) da IBM, Fabio Cossini, sugere que o empresário comece “pequenininho”. “Use o Design Thinking e veja o que pode fazer para gerar uma transformação”, fala Cossini. Segundo o criador do conceito, Charler Burnette, “Design Thinking é um processo de pensamento crítico e criativo que permite organizar informações e ideias, tomar decisões, aprimorar situações e adquirir conhecimento”.
João Carlos Visetti, diretor geral da Trumpf, lembra que já vivemos a otimização de atividades pessoais no nosso cotidiano através dos smarthphones. “Hoje existe uma infinidade de sensores em nossas máquinas que enviam informações a outras máquinas. Isso nos auxilia a diminuir o estoque e criar melhores sistemas de planejamento e logística, reduzindo o tempo de pré e pós produção”, explica o executivo. O desafio, para ele, está na coleta, gerenciamento e compartilhamento de tanta informação. “As plataformas de compartilhamento serão essenciais para o sucesso das plantas da Indústria 4.0”, afirma.
Visetti recomenda que os empresários analisem e cuidem dos seus processos, que se organizem para se transformarem em uma manufatura avançada. O diretor da Trumpf lembra ainda que já existe a oferta de plataformas em nuvem que podem auxiliar o empresário da pequena e média empresa a entrar na Indústria 4.0, sem investimento. “O importante é ter pessoas analisando e melhorando os processos”, ressalta Visetti.
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