Coutinho ressalta a necessidade da criação de uma agenda para a Indústria 4.0

Presidente do BNDES participou de seminário sobre Manufatura Avançada durante a primeira edição da Feimec.

Na última quarta-feira (4), a Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI) realizou o Seminário de Manufatura Avançada e VI Simpósio Internacional de Excelência em Produção: Indústria 4.0 - Curto, Médio e Longo Prazo. O evento aconteceu em paralelo à primeira edição da Feimec, que ocorreu entre os dias 3 e 7 de maio, em São Paulo.

O Seminário contou com painelistas que já vivenciam a experiência da Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada, como Edouard Mekhalian, diretor geral da Kuka Roboter do Brasil e Chris P. Wittke, head of operations na planta de Iracemápolis da Mercedes-Benz do Brasil. Além das apresentações sobre o tema dos keynote speakers, Jefferson de Oliveira Gomes, professor no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e também diretor regional do Senai Santa Catarina; João Emílio Padovani Gonçalves, gerente executivo de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O presidente da VDI, Wilson Bricio, abriu o evento.
Imagem: Divulgação/ Studio F/ Feimec

Manufatura Avançada

O tema escolhido é congruente com a pauta da indústria local e o foco das empresas alemãs no Brasil. O presidente da VDI-Brasil e da ZF América do Sul, Wilson Bricio, justifica que São Paulo “é a maior cidade industrial alemã”, então considera natural que que a indústria brasileira esteja preocupada com essa onda tecnológica.

“Através da VDI, estamos muito em contato com o que acontece com a sociedade produtiva alemã”, ressaltou. Segundo o presidente da instituição, as mudanças estão sendo observadas pela Associação, o que justifica a escolha do tema para essa edição do evento. “Ano passado nós falamos muitos conceitos e esse ano estamos falando de muitos casos práticos. A velocidade que isso se desenvolveu em um ano é assustador para a velocidade que se desenvolvia a tecnologia até então. Nada mais atual, nada mais necessário e até urgente para se discutir e para buscar mais ações concretas”, afirmou Bricio.


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Durante o evento os especialistas mostraram exemplos práticos da Manufatura Avançada na indústria local, bem como os maiores desafios para que ela se desenvolva no Brasil. O seminário foi encerrado com a apresentação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que falou do avanço tecnológico da indústria nacional, a evolução da automação e a integração tecnológica como característica do conceito de manufatura avançada e seus benefícios.

“A manufatura integrada agora se processa numa escala muito mais ampla [...] A manufatura simultânea, dos fornecedores, do computador, a partir de possíveis customizações é uma característica dessa grande onda do futuro, em que a otimização de todos os processos é feita nessa escala muito maior”, explicou Coutinho. Ele afirmou ainda que isso permite que não somente uma fábrica se torne mais competitiva, mas toda a cadeia de fornecedores, criando um sistema de produção integrado e mais competitivo.

“Um sistema que se transforma no protagonista da competitividade, é ele que vai colocar paradigmas novos de eficiência e portanto testar a competitividade. E, certamente, a indústria de máquinas é o fulcro desse processo de integração, que vai multiplicar as suas demandas, as necessidades de softwares - não apenas de hardwares e equipamentos -, mas, principalmente, a necessidade de engenharia e pessoal qualificado para lidar com esses temas”, disse. Ele finalizou sua apresentação ressaltando que o país não pode perder “o time” para criar uma agenda para a Indústria 4.0 e a importância do diálogo com os institutos de pesquisa, que esses possam servir de recurso para o setor privado.

Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, foi o keynote speaker de encerramento do evento.
Imagem: Divulgação/ Studio F/ Feimec