ThyssenKrupp investe em direções elétricas

Empresa também desenvolve sistemas para carros autônomos.

Daniel da Rosa, CEO da divisão Steering (direções) da ThyssenKrupp, destaca que ocorrem profundas transformações na área de direções automotivas, das quais globalmente 60% são constituídas de componentes mecânicos ou com assistência hidráulica. As demais 40% são controladas por atuadores elétricos e eletrônicos. “A tendência é acabarem as direções mecânicas e hidráulicas”, afirma. 

A principal novidade no momento é o desenvolvimento de direções eletroeletrônicas que atenderão em futuro próximo os carros autônomos. “São sistemas sofisticados, que estarão conectados a diversas funções do veículo, incluindo frenagem automática e leitura do ambiente, com radares e câmeras”, explica Rosa. As informações, coletadas do próprio veículo e do ambiente, serão analisadas em unidades de processamento (ECUs) que estão sendo desenvolvidas pela empresa. 

Os sistemas autônomos ainda estão distantes do mercado brasileiro, mas a ThyssenKrupp já investe localmente na produção de direções eletricamente assistidas. O componente, nacionalizado, estará disponível a partir de 2018. A empresa atende a fabricação local com importações, como é o caso da Mercedes-Benz e BMW. 

Nova imagem

A ThyssenKrupp faz uma ofensiva global para tornar-se uma companhia mais integrada, aberta e com uma imagem corporativa dinâmica e atual. É uma grande guinada para uma corporação global, até agora low profile, de 155 mil colaboradores e faturamento anual de € 43 bilhões, dos quais R$ 9,9 bilhões são obtidos no Brasil. A operação local, tocada por 12 mil profissionais, é constituída por 13 plantas e 55 escritórios regionais. 

A transformação da empresa pode ser percebida a partir da alteração na sua logomarca, de linhas mais refinadas, com o nome ThyssenKrupp em letras minúsculas. Três palavras foram escolhidas para descrever o que é a companhia, o que faz e como faz: engineering, tomorrow e together, ou engenharia, amanhã e juntos. 


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As mudanças corporativas e operacionais, que se acentuaram nos anos recentes, chegaram ao Brasil, alcançando as principais unidades de negócios – a automotiva, que agrupa 30% do efetivo; a de elevadores, que também importa escadas rolantes e fingers para aeroportos; a aciaria CSA, uma joint venture com a Vale do Rio Doce que concentra as operações no Rio de Janeiro; a unidade de materiais, que tem no portfólio peças para aviões da Embraer e outras fabricantes; e soluções industriais para as áreas de infraestrutura, máquinas e equipamentos para mineração, cimento, química e petroquímica. A divisão automotiva, por sua vez, é constituída por quatro subdivisões: direções; peças forjadas e usinadas, fabricadas pela Metalúrgica Campo Limpo para o segmento de powertrain; molas e estabilizadores, abrangendo molas helicoidais, feixes de molas e barras estabilizadoras; e esteiras para tratores.

“Tem ocorrido um profundo trabalho de aproximação das diferentes partes da corporação, que se distribuem por atividades historicamente independentes. Hoje buscamos sinergias e aproveitamos para juntar forças nas áreas de recursos humanos, tecnologia da informação, pesquisa e desenvolvimento e finanças”, observa Rosa, que é porta-voz para assuntos que dizem respeito à área automotiva. Ele resume a importância desse segmento para a empresa: 90% dos automóveis produzidos no País têm componentes fornecidos pela ThyssenKrupp. 

Indústria 4.0

A ThyssenKrupp é uma das marcas pioneiras na introdução de conceitos da Indústria 4.0 no Brasil. A novidade aparece nas unidades de sistemas de direção (localizada em São José dos Pinhais, PR), comando de válvulas (Poços de Caldas, MG) e usinagem de virabrequins (Campo Limpo Paulista, SP). “As linhas de produção nesse caso têm alto grau de conectividade, que se estende aos fornecedores, automação e processamento de altos volumes de informação. Utilizamos big data e internet das coisas”, explica. 

A empresa tem se esforçado também na formação de especialistas em Indústria 4.0. Na área de sistemas de direção elétrica foi estruturada uma academia para troca de experiências entre o pessoal mais jovem e as equipes que estão há mais tempo na companhia. “Inventamos até mesmo um coaching reverso, para conhecer a expectativa dos recém-formados e entender o que pretendem na carreira”, diz Daniel da Rosa.