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Se a roda foi uma das invenções mais perfeitas e revolucionárias de todos os tempos, será que é preciso "reinventá-la"?
Uma das maiores fabricantes de pneus do mundo parece pensar que sim. No Salão do Automóvel de Genebra, que acaba de fechar suas portas, a Goodyear apresentou dois novos conceitos projetados especialmente para veículos autônomos.
O mais incrível deles, batizado de Eagle-360, literalmente reinventa a roda com um impressionante design esférico.
"Não estamos tentando prever o futuro, mas estamos estudando o futuro da mobilidade e da conectividade", afirmou Keith Price, porta-voz do departamento de pesquisa e desenvolvimento da empresa.
Levitação magnética
As vantagens de pneus em forma de bola são muitas. Equipado com eles, um carro sem motorista pode se mover em qualquer direção, em qualquer ângulo e a qualquer momento: girando o veículo para o outro sentido sem sair do lugar ou deslizando lateralmente para entrar em uma vaga de estacionamento mais apertada.
Essas manobras são impossíveis com a interface motorista/volante, em que é necessário um impulso para a frente para poder executar uma curva. Mas com um robô no comando de um pneu esférico, praticamente tudo é possível.
As desvantagens são mais óbvias: uma esfera não possui um eixo central, e, por isso, nenhum ponto para o encaixe de um sistema de transmissão.
O Eagle-360 (que ainda está na fase de concepção) pretende superar esse obstáculo usando levitação magnética para sustentar o veículo acima de seus pneus, e aplicar a mesma tecnologia para conduzir e frear.
Hoje em dia, essa tecnologia só é usada em trens, e a Goodyear revela não estar trabalhando com um parceiro para desenvolver uma versão redonda da levitação magnética. Pelo menos não até a apresentação em Genebra. "Não me surpreenderia se alguém nos procurar para discutir o assunto depois do salão", disse Price.
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A banda de rodagem do Eagle-360 representa uma solução engenhosa para outro problema. Enquanto o padrão linear parece fazer sentido quando um pneu gira em torno de um só eixo, uma esfera precisa de aderência em todas as direções.
Para isso, a Goodyear foi procurar na natureza e encontrou a resposta nas espirais do chamado coral-cérebro (família das Faviidae).
Assim como as pontas de nossos dedos, o novo pneu se tornaria mais macio e aderente em condições úmidas, mas mais firme no clima seco.
Pneu inteligente
A segunda novidade da Goodyear em Genebra tem o formato convencional de sempre, mas com uma diferença. Apesar de não trazer consigo um otimismo futurista, o InteliGrip é uma extensão lógica dos monitores de pressão integrados.
"Ao tirarmos o ser humano da equação, os carros têm muito mais o que fazer sozinhos", diz Price. "Isso significa um conteúdo sensorial muito maior para que o veículo possa estudar melhor o ambiente e a estrada."
E o melhor lugar para "estudar" a estrada é no ponto em que a borracha a toca.
Ainda em fase de desenvolvimento, o InteliGrip terá sensores integrados para a superfície e para as condições climáticas. Também será capaz de monitorar seu próprio uso, de avisar o carro para reduzir ou aumentar a velocidade, e até de se adaptar para encurtar a distância de frenagem ou aderir melhor nas curvas.
A Goodyear não parece pensar que vamos ver esses modelos de pneus exatamente como eles foram apresentados em Genebra, mas suas características estarão presentes em produtos futuros.
"As montadoras dizem que até 2035, vão estar vendendo 85 milhões de carros autônomos por ano", afirmou Price. Alguém vai ter que fabricar pneus para todos eles.
Assista ao vídeo promocional do conceito:
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