Energia solar na cidade de São Paulo diminui gastos

A instalação de coletores solares no setor residencial da cidade gera economia de R$58 milhões

Fonte: Maxpress - 13/07/07

Foto: Divulgação
Com a sanção da lei municipal que determina energia solar para novas edificações na capital paulista, estudo do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) prevê que, em 2007, 40 mil m2 de coletores solares serão instalados, em substituição à construção de uma usina de energia com potência de 14 mil Kw, numa economia de R$ 58 milhões no período.

Uma lei que democratiza o uso da energia solar da cidade de São Paulo. É assim que o DASOL classifica a Lei 11.228, sancionada pela Prefeitura de São Paulo, que determina a obrigatoriedade para projetos e instalação de sistemas de aquecimento através de energia solar, nas categorias residencial e não residencial.

Seguindo o exemplo de países como Israel, onde desde 1980 mais de 90% das residências usam aquecedores solares, ou da Espanha, Portugal, e de algumas regiões da Alemanha, Áustria e Chipre, da Cidade do México, ou mesmo das cidades brasileiras precursoras em adotar a obrigatoriedade do aquecimento solar, como Birigüi (SP) e Varginha (MG), São Paulo tem pela frente, com a nova lei, uma perspectiva de 40% a 80% na redução do consumo de energia elétrica ou a gás para o aquecimento de água.

De acordo com o diretor executivo do DASOL e coordenador da iniciativa Cidades Solares no Brasil, Carlos Faria, o aquecimento solar é o único eletrodoméstico que se paga com as economias que gera no consumo de energia elétrica e é mais barato, por exemplo, que uma geladeira.

Para ilustrar esta argumentação, Faria explica que num edifício de 20 andares com 80 apartamentos e 320 moradores, com sistema de aquecimento solar, haverá uma redução anual dos gastos do condomínio de pelo menos R$ 35 mil, "com estas economias sendo mais expressivas na medida em que os custos de energia elétrica e do gás aumentam", ressalta o executivo.

"Neste mesmo edifício que estamos tomando como exemplo", continua o coordenador do Cidades Solares, "o retorno do investimento no sistema de aquecimento solar acontece em três anos, com uma redução da emissão anual de 22 toneladas de CO2, além deste mesmo edifício de 320 moradores evitar o alagamento de 8.400m2 de áreas férteis que seriam destinadas à construção de usinas de energia elétrica".

O estudo do DASOL mostra que os custos de construção dos edifícios podem aumentar em 0,5% a 1%, mas o retorno do investimento acontece em no máximo três anos e, em muitos casos, o aquecimento solar se paga na planta, pois também significa uma economia com a estrutura necessária para atender uma instalação de sistema similar elétrico ou a gás, o que corresponde ao preço de um coletor solar.

A proposta do DASOL é unir esforços com o setor da construção e de projetos para que os usuários finais sejam beneficiados com sistemas adequados às construções.

Para garantir esta qualidade, o INMETRO, que há dez anos tem um programa de etiquetagem de aquecimento solar, com mais de 230 produtos etiquetados no período, também conta com o QUALISOL Brasil, um programa sob sua jurisdição de etiquetagem de revendas e instaladores.

"Se nos projetarmos para um período de quatro anos, quando será obrigatório o programa de etiquetagem de edificações comerciais ou residenciais, fica clara a visão de futuro da lei 11.228 para São Paulo", argumenta Faria.

Atualmente existem cerca de 120 empresas fabricantes de equipamentos solares, e mais de 2.500 revendas, distribuidores e instaladoras em todo o Brasil, com uma produção atual que está na faixa dos 30% da capacidade total do segmento "o que significa que estamos prontos para atender a demanda que virá com a nova lei", assegura o executivo.

A cidade de São Paulo em 2015


Considerando as projeções do DASOL e tendo como base somente as edificações residenciais, até o ano de 2.015, São Paulo contará com mais de 580 mil m2 de coletores solares, redução de 35 mil toneladas na emissão de CO2, economia de R$ 820 milhões - equivalente à construção de uma Usina de Energia com potencial de 200 mil KW (200MW) -, evitando o alagamento de 32 milhões de metros quadrados de terras férteis para a construção da respectiva usina.

O diretor do DASOL e coordenador do Cidades Solares finaliza: "Por todos estes aspectos e números, a lei do aquecimento solar em São Paulo nada mais faz do que democratizar tanto o uso das energias limpas como o desenvolvimento sustentável da cidade, com uma vantagem única: não existe tecnologia mais limpa e barata para aquecer água em todo o mundo".

Mais informações sobre iniciativas solares no Brasil e no mundo no site www.cidadessolares.org.br