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O início da operação da primeira fábrica de celulose da produtora de papéis Klabin, em março do ano que vem, trará para a companhia um novo ciclo de crescimento, devendo praticamente dobrar sua geração de caixa e elevar sua receita com exportações, afirmaram executivos nesta terça-feira (1), o que também vai permitir uma possível construção de duas novas máquinas de produção de papel.
Em reunião com investidores e analistas, a Klabin previu investimentos de 2,5 bilhões de reais para 2016, dos quais 1,8 bilhão será dedicado à conclusão final do projeto de celulose, chamado Projeto Puma, no Paraná. O valor representa queda ante os 4,8 bilhões de reais que devem ser investidos em 2015 por conta da fábrica.
A companhia estimou que, após o início do projeto, a participação das exportações crescerá de 34 para 47 por cento no volume de vendas e de 31 para 43 por cento na receita. Com isso, o presidente da empresa, Fabio Schvartsman, previu redução acelerada do endividamento da empresa no ano que vem.
A fábrica terá capacidade de produzir 1,1 milhão de toneladas de celulose de fibra curta e 400 mil toneladas de fibra longa ao ano. Devido à curva de aprendizado, em 2016 devem ser produzidas 850 mil toneladas, na proporção de dois terços de fibra curta e um terço de fibra longa.
Com a nova produção de celulose, a empresa disse que já teve autorização do Conselho de Administração para começar estudos de engenharia para uma nova máquina de papel, a máquina 10, voltada para a exportação de papelcartão a partir de 2018. A decisão para sua construção ou não será tomada depois da partida do Projeto Puma.
"Sobre uma segunda máquina, a máquina 11, ainda não está certo se seria de cartões ou outro tipo de papel. Vai depender do sucesso da máquina 10", disse Schvartsman.
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"A 10 seria maior que a máquina 9, espero que com capacidade para 500 mil toneladas", acrescentou Schvartsman, a jornalistas. As máquinas não estão incluídas nos investimentos previstos para 2016, apenas o pré-projeto de engenharia.
Integração
Apesar da intenção de integrar a produção de celulose com a de papel, a companhia disse que sempre será vendedora de celulose a partir do ano que vem. "A quantidade produzida é tão grande que, por maior que seja a vontade de integrar com papel, será impossível em um horizonte previsível consumir toda a celulose", afirmou Schvartsman.
Ele ressaltou que a China tem acelerado a demanda pela commodity, apesar da redução do crescimento da economia do país asiático. "Vejo pressão sobre preços (de celulose), mas sem consequências", observou o executivo.
Na sua leitura, o mercado global de celulose deve se mostrar pressionado, porém firme nos próximos anos. No segmento de papel, a empresa disse que as exportações já deram um salto relevante no quarto trimestre de 2015, com destaque para América Latina e Ásia, principalmente de papelcartão e kraftliner.
"Temos conseguido compensar a fraqueza da economia doméstica", disse.
Sobre eventuais aumentos de preços, o executivo disse que a Klabin já vem repassando a inflação a seus clientes no mercado interno, mas que não fará “exageros”.
No mercado de embalagens, que costuma seguir o movimento da economia doméstica, Schvartsman disse que se o PIB de 2016 continuar caindo, o segmento terá o mesmo caminho. "Quando o cenário fica duro, como está agora, é quando se apresentarão oportunidades de consolidação. A Klabin analisará uma vez que é participante permanente do mercado", disse.
A empresa vê no momento uma queda do PIB um pouco menor que alguns meses atrás, apesar dos números desta terça-feira que mostraram queda de 1,7 por cento no terceiro trimestre sobre o segundo trimestre.
"A venda de caixas de papelão é um indicador antecedente do PIB, sofremos as consequências antes... A tendência é o PIB continuar caindo, mas em ritmo menor”, disse.
As ações units da Klabin exibiam estabilidade às 12h21, em linha com o comportamento do Ibovespa.
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