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Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou 86 obras consideradas urgentes para garantir o escoamento da produção na região Sudeste do país nos próximos cinco anos. Para que elas fiquem prontas, são necessários investimentos da ordem de R$ 63,2 bilhões.
O valor envolve a modernização e integração do sistema logístico dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A maior parte dos projetos se refere a investimentos em ferrovias (32), seguidos de rodovias (31), portos (22) e duto (1). (veja ao final da reportagem os oito eixos logísticos prioritários)
A pesquisa mostra que, das 86 obras consideradas prioritárias, apenas 16 estão em andamento. Outras 70 estão em fase de projeto, planejamento ou apenas nos planos do poder público. Para a CNI, é preciso acelerar a execução dos projetos, sob pena de agravar o quadro de saturação já enfrentado por algumas empresas para escoar a produção.
Como exemplo, a entidade cita a BR-116 (Via Dutra), em São Paulo, que opera com quase duas vezes a capacidade em múltiplos trechos da rodovia, e o trajeto da BR-262 entre Bela Vista e Belo Horizonte (MG), que recebe 32% mais carga do que comporta em horários de pico.
As conclusões fazem parte do Projeto Sudeste Competitivo, elaborado pela CNI, em parceria com as federações da indústria da região. O levantamento será apresentado nesta segunda-feira (26), em Belo Horizonte (MG), e encerra uma série de trabalhos que traçam um diagnóstico da malha de transportes nacional.
Economia
A entidade calcula que, uma vez concluídas, as obras consideradas prioritárias vão permitir uma economia anual para o setor produtivo de até R$ 8,9 bilhões com o transporte de cargas. Os benefícios devem chegar a 14 cadeias produtivas, mediante redução no custo de transporte para o recebimento de insumos e para o escoamento da produção.
A fim de identificar os projetos mais urgentes, a pesquisa analisou 337 obras de ampliação e modernização de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, hidrovias e dutos, cujo investimento total é de R$ 219,1 bilhões até 2020. Neste caso, a CNI estima que a conclusão de todas elas poderia resultar em uma economia anual de R$ 13,4 bilhões na despesa com transporte.
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Mapeamento será levado ao governo
Conforme o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, os dados da pesquisa serão discutidos nos próximos dias com integrantes do governo federal. A ideia é que o mapeamento sirva de subsídio para a definição de políticas governamentais na região.
“É uma contribuição dessas entidades ao governo para que o Brasil tenha matriz logística mais competitiva. Tem muita obra do governo em andamento nesses eixos e a gente faz uma hierarquia para que as coisas sejam feitas no tempo hábil, priorizando as obras de interesse da indústria”, explicou.
Estão previstas reuniões com representantes do Ministério dos Transportes, Ministério do Planejamento, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
Participação da iniciativa privada
Para Cardoso, o cenário atual, de crise econômica e redução de investimentos, exige ainda mais planejamento para que as obras efetivamente saiam do papel. “Nessa hora, você tem que pensar mais no futuro, para quando sair da crise ter um planejamento bem feito”, defende.
O gerente-executivo de Infraestrutura da CNI acredita que a saída para viabilizar os investimentos passa pela maior participação da iniciativa privada nos projetos, por meio de concessões. “Lógico que agora está tudo mais difícil, mas tem demanda [para as concessões]”, pondera.
Em junho, o governo federal lançou um pacote de concessões à iniciativa privada, com foco em aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. A promessa da nova fase do Programa de Investimento em Logística (PIL) é investir R$ 198,4 bilhões nos próximos anos, por meio das concessões.
Veja os oito eixos logísticos considerados prioritários no Sudeste:
Existentes
- BR-153 Sul: Goiás via Ourinhos (SP)
- Ferrovia ALL: Mato Grosso - Santos (SP)
- BR-050: Brasília (DF) - Santos (SP)
- BR-116 Sul-Nordeste: Via Dutra e Rio de Janeiro
Novos
- Ferrovia EF 354: Anápolis (GO) - Ipatinga (MG) - Açu/Central (RJ)
- Mineroduto Ferro: Morro do Pilar (MG) - Naque (MG) - Linhares (ES)
- Ferrovia: Grão Mogol (MG) - São Mateus (ES)
- Ferrovia MRS e Estrada de Ferro 118: Suzano (SP) - Vitória (ES)
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