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Em paralelo aos cortes efetuados na produção de reservas de minério de ferro mais antigas e menos produtivas de Minas Gerais, como medida de ajuste à crise dos preços da matéria-prima no mercado internacional, a Vale prioriza projetos estratégicos de expansão nas minas de São Gonçalo do Rio Abaixo e Itabira, na Região Central do estado. O presidente da companhia, Murilo Ferreira, afirmou que os investimentos são necessários para aumentar a oferta de minério de qualidade a baixo custo, como parte do esforço para que a mineradora obtenha volumes crescentes de vendas e aumento da eficiência operacional, ante o desaquecimento da economia mundial e as baixas recorde das cotações do ferro. A empresa anunciou, ontem, prejuízo de R$ 6,663 bilhões no terceiro trimestre do ano, quase o dobro da perda contabilizada de janeiro a setembro do ano passado (R$ 3,381 bilhões).
No segundo trimestre de 2015, a Vale havia lucrado R$ 5,144 bilhões. O fechamento, agora, no vermelho foi debitado aos efeitos da valorização do dólar frente ao real, que embora impulsione as exportações da mineradora, pressiona as despesas financeiras com a dívida da companhia, contraída predominantemente na moeda estrangeira. Outro fator determinante foi a queda dos preços do minério de ferro. O lado bom do câmbio está na receita líquida, que cresceu 13,2% nos primeiros nove meses do ano, alcançando R$ 23,35 bilhões também impulsionada pelo aumento dos volumes vendidos.
A Vale anunciou nesta semana ter obtido produção própria recorde de ferro, que somou 248,038 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, representando acréscimo de 5% ante idêntico período de 2014. “Estamos satisfeitos num ambiente desafiador da economia mundial”, disse o presidente da companhia, ao divulgar o balanço. De acordo com Murilo Ferreira e o diretor-executivo de finanças e relações com investidores, Luciano Siani, a empresa chegou a um ponto de equilíbrio nos ajustes da produção em Minas, mediante reduções de 13 milhões de toneladas de capacidade anual em áreas menos eficientes das operações de Feijão, Jangada, Pico, Fábrica e também Brucutu.
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“Fizemos algumas racionalizações (de produção) na região da Serra da Moeda. Agora estamos no zero a zero”, disse Luciano Siani. Na mina de Brucutu, a maior em funcionamento no estado, a Vale iniciou a expansão do beneficiamento de minério e repotencializou instalações da unidade para continuar extraindo minério de alta qualidade, além de estender a vida útil da jazida, com capacidade de produzir 30 milhões de toneladas anuais de ferro.
O investimento, iniciado há cerca de sete anos, foi de US$ 423 milhões. A Vale está trabalhando firme também na conclusão de projeto com o mesmo objetivo na planta do Cauê, em Itabira, que está sendo preparada para processar minério pobre em ferro e elevar a concentração ferrífera do material, do tipo itabiritos. O sistema de britagem primária começou a ser testado e a previsão é de entrada em funcionamento até dezembro. Os aportes nos projetos de itabiritos foram de US$ 63 milhões no terceiro trimestre deste ano.
A tônica da expansão, no entanto, não permanecerá no ano que vem, avisou o presidente da Vale. Murilo Ferreira disse que é preciso esperar a consolidação dos grandes projetos desenvolvidos, destacando que a companhia não partirá para a “imprudência”. “Não estamos no ciclo de grandes investimentos da indústria. É necessário a seguir desalavancar a empresa e dar mais rentabilidade aos acionistas”, afirmou.
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