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A indústria paulista fechou 18,5 mil vagas na passagem de agosto para setembro, registrando um saldo negativo de 0,94% no mês, na leitura com ajuste sazonal. E nos nove meses iniciais de 2015, o setor demitiu 138 mil trabalhadores, superando o patamar do ano de 2014, quando foram encerrados 128 mil postos de trabalho.
“Ao completarmos esse ano, podemos dizer que será o pior ano da história, que vem desde 2006”, disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), que elabora a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, divulgada pela Fiesp e pelo Ciesp.
A pesquisa de setembro traz ainda um fato inédito: é a primeira vez que todas as 36 regiões de São Paulo apuradas pelo Depecon registram queda na variação acumulada do ano.
“Há muito mau humor. Enquanto o fim do poço não chegar, é agonia. E estamos na agonia ainda”, avaliou Francini.
A previsão do diretor do Depecon é de que a indústria paulista deve encerrar 2015 com um saldo negativo de 250 mil empregos. O levantamento avalia a situação do mercado de trabalho industrial em um universo com 2,5 milhões empregos.
Na comparação com setembro de 2014, na variação interanual, a indústria de São Paulo fechou 229 mil postos de trabalho, o equivalente a uma taxa negativa de 8,77%.
Açúcar e Álcool
Embora tenha criado 12.371 vagas de janeiro a setembro deste ano, o setor de açúcar e álcool registrou um saldo negativo de empregos na passagem de agosto para a setembro de 1.368.
A participação do segmento sucroalcooleiro na pesquisa de emprego é, no entanto, de 7,4%, enquanto o restante da indústria corresponde a 92,6% do universo levantado.
Setores e regiões em setembro
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Dos 19 setores que registraram perda no emprego em setembro, destaque para as indústrias de produtos de borracha e de material plástico, com 2.598 demissões e de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com o fechamento de 2.033 vagas.
Segundo o levantamento, dois setores informaram contratações, o de produtos químicos, com a criação de 321 vagas, e o de produtos farmacêuticos, com 195 novos postos de trabalho. Apenas um segmento registrou estabilidade em seu quadro de funcionários no mês passado, o de bebidas.
Ainda no mês de setembro, das 36 regiões paulistas consultadas, 30 anotaram em baixa no emprego, ou seja 83% do total, duas contrataram e quatro ficaram estáveis.
Entre os comportamentos positivos, destaque para a região de Matão, com ligeira alta de 0,60%, influenciado pela indústria de produtos alimentícios (2,47%). Presidente Prudente foi a segunda região a registrar ganho no emprego (0,39%), em meio a contratações nos segmentos de minerais não-metálicos (20%) e de coque, petróleo e biocombustíveis (0,79%).
A região de São João da Boa Vista registrou a queda mais expressiva do mês com variação negativa de 2,87%, abatido por demissões por parte das indústrias de produtos de borracha e plástico (-50%) e de produtos minerais não-metálicos (-0,61%).
Bauru amargou queda de 2,79% em seu índice de emprego, influenciado por baixas nos setores de produtos de borracha e plástico (-15%) e de confecção de artigos do vestuário (-5,61%). Em seguida, Jaú se destaca com uma queda de 2%, com demissões nas indústrias de produtos alimentícios (-3,37%) e de artefatos de couro, calçados (-4,77%).
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