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A indústria de implementos rodoviários registra retração de 41,02% no volume de produtos vendidos de janeiro a setembro de 2015, acompanhando par e passo o mergulho do mercado de caminhões, que caiu quase 44% no mesmo período de comparação com 2014. Em nove meses foram entregues aos clientes 69.053 veículos rebocados e implementações sobre chassis, ante 117.078 unidades no mesmo intervalo do ano passado, segundo dados da associação do setor, a Anfir, divulgados na quinta-feira (8). A entidade só projeta alguma recuperação a partir de 2017.
“As informações dos analistas indicam que a economia vai seguir desaquecida no próximo ano”, justifica Alcides Braga, presidente da Anfir. “Assim, recuperar a retração atual de mais de 40% é algo que não deverá acontecer antes de 2017”, avalia.
Na linha de reboques e semirreboques (pesados) a queda nas vendas é mais profunda: 46,27%, com 22.586 veículos rebocados emplacados de janeiro a setembro deste ano, contra 42.038 no mesmo período de 2014. Na linha de carrocerias sobre chassis (leve) a retração está em 38,08%, com 46.467 unidades implementadas em nove meses, ante 75.040 em igual intervalo de 2014.
O segmento produtor de implementos rodoviários depende essencialmente do desempenho da economia, que no momento não é bom. “A indústria sofre diretamente os efeitos do desaquecimento de atividade dos demais segmentos econômicos”, diz Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir. Os implementos rodoviários são responsáveis pelo transporte de mais de 60% de todas as mercadorias que circulam pelo País. “De insumos a produtos importados tudo que se desloca por via rodoviária o faz em um implemento rodoviário”, explica Rinaldi. Assim, qualquer redução ou mesmo interrupção nos negócios de algum segmento afeta diretamente o setor.
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Fenatran
Na avaliação do presidente da Anfir, a presença da indústria de implementos rodoviários na próxima Fenatran (9 a 13 de novembro no Anhembi, São Paulo) é uma demonstração clara de confiança no evento, que reúne os principais fabricantes de produtos destinados ao setor de transporte rodoviário de cargas. “Nos momentos de crise é preciso ter coragem para investir em ações e a presença maciça de empresas do setor na Fenatran é prova disso”, afirma Braga. “Estamos diante de uma situação de mercado difícil e é a hora de mostrarmos nosso posicionamento firme em favor da realização dos negócios na maior feira do setor”, diz.
A maioria dos fabricantes de caminhões não pensa dessa maneira e este ano esvaziaram o evento. Apenas dois deles, DAF e Volvo, têm estandes confirmados na Fenatran 2015, contra mais de uma dúzia em edições passadas. A alegação é que a mostra exige investimentos de alguns milhões de reais em estandes que, neste momento de retração econômica, não dão retorno em realização de negócios.
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