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O Instituto Nacional dos Distribuidores Aço (Inda) espera que as siderúgicas no Brasil comuniquem aumentos de preços de 7 a 10% a partir de 1º de outubro, com base em um cenário restritivo para importações e apesar da paralisia do mercado interno, disse o presidente da entidade, Carlos Loureiro, nesta quinta-feira (24).
Segundo Loureiro, os preços praticados atualmente pelas usinas siderúrgicas no país estão exibindo "prêmios negativos" para todas as linhas de produtos, com a bobina a quente com preços no mercado interno com prêmio 10 a 12% negativo em relação ao material importado.
"Com o dólar do jeito que está, espaço para reajuste existe (...). O reajuste deve sair, mas não de uma vez", disse Loureiro.
"Hoje está muito difícil importar e os bancos praticamente cortaram as linhas de crédito aos importadores (...) A grande dificuldade que as usinas tinham para reajustar sempre foi o material importado", acrescentou.
Segundo o Inda, as importações de aço plano em agosto caíram 36% sobre julho e 48% sobre o mesmo mês do ano passado, a 95,2 mil toneladas. No acumulado do ano, as importações mostram queda de 8,8% sobre um ano antes, a 1,350 milhão de toneladas. Loureiro afirmou que importadores que acertaram embarques meses atrás agora estão recusando receber o material.
Apesar da queda, os distribuidores seguem com níveis elevados de estoques, a 982,4 mil toneladas, encerrando o mês passado com volume suficiente para 3,9 meses de vendas quando a média histórica é de 2,5 e 2,8 meses.
Nas últimas duas semanas rumores no mercado apontaram para comunicados contidos de reajustes de preços pelas usinas siderúrgicas junto aos distribuidores. A Reuters ouviu uma série deles em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, nos últimos dias mas nenhum confirmou recebimento de comunicações oficiais de reajuste.
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Segundo Loureiro, a única empresa a ter comunicado oficialmente aumento de preços de aço planos informado data de início de vigência, foi a ArcelorMittal, a partir de 1o de outubro.
Representantes da companhia não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto.
No início do mês, fontes afirmaram à Reuters que a Gerdau tinha reajustado seus preços de aços longos e planos a distribuidores, mas que não tinha sido acompanhada por siderúrgicas rivais como CSN e Usiminas.
Na outra ponta do mercado, a de compradores industriais como montadoras de veículos ou grandes fabricantes de máquinas e equipamentos, Loureiro, entretanto, vê dificuldade de reajuste de preços pelas usinas junto aos clientes com contratos de longo prazo justamente por causa da conjuntura de fraqueza econômica do país.
Segundo o Inda, o consumo aparente de aço plano no mercado interno brasileiro deve cair 20% este ano. Para o setor de distribuição, a expectativa é de queda nas vendas de mais de 22% ante às 4,543 milhões de toneladas comercializadas em 2014.
Em agosto, as vendas dos distribuidores foram as mais fracas para o mês desde 2006, a 254,4 mil toneladas, com todos os principais produtos acumulando quedas de dois dígitos sobre um ano antes.
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