O Itaú Unibanco está com as inscrições abertas para a edição 2021 do Edital de Esportes, iniciativa que faz jus aos projetos aprovados na Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Segundo o banco, a medida tem como objetivo “contribuir para a criação, fortalecimento, ampliação e continuidade de projetos de natureza social, participativa e educacional, que visem a transformação e o impacto social duradouro para o alcance do desenvolvimento integral dos indivíduos e das comunidades”.
Para o Itaú, o esporte é fundamental para potencializar o aprendizado de competências e valores humanos essenciais, seja dentro ou fora dos campos e quadras, colaborando para que as pessoas estejam mais preparadas para vida e se tornem cidadãos melhores.
A seleção prevista no edital aceitará projetos gratuitos e desenvolvidos em espaços públicos que correspondam às categorias de desporto educacional e desporto de participação. Sendo que a escolha será feita dentro de três temáticas: educação integral (desenvolvido com crianças e adolescentes, buscando o desenvolvimento integral de cada um), formação e capacitação de educadores e gestores (com o intuito de qualificar as equipes que estarão envolvidas em projetos socioesportivos), e a diversidade (buscando atender as populações vulneráveis, focando no desenvolvimento integral e empoderamento, desta maneira prevenindo e encarando qualquer tipo de discriminação).
Momento difícil
Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao final, e o Brasil alcançou o seu melhor desempenho na história da competição. Conseguindo 21 medalhas e o 12º lugar no ranking de nações, o país surpreendeu até mesmo alguns palpiteiros, que aproveitaram o bônus sem depósito de algumas casas de apostas, para dar seus pitacos no evento esportivo. Mas apesar do desempenho razoável, o incentivo ao esporte no país tem diminuído nos últimos anos.
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Em 2016, época em que foram realizadas as Olimpíadas do Rio-2016, o país investiu aproximadamente R$ 7,2 bilhões nos desportos - enquanto para a competição de Tóquio, esse valor ficou na casa dos R$ 3,6 bilhões, de acordo com as informações apresentadas pela Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp).
Segundo o presidente da entidade, Leandro Mazzei, nos dias de hoje há uma grande falta de integração entre o poder público, clubes e os projetos voltados ao desenvolvimento de futuros talentos. “Se você não tem um sistema claro de quem cuida da base, tem um certo desequilíbrio. Os municípios podem desenvolver rendimento, participação e o esporte educacional e de base, mas qual a prioridade que ele tem que dar? Isso vale para o estado e governo federal. Os clubes também tem que repensar suas prioridades de acordo com sua capacidade”, explica o mandatário.
Mazzei acredita que deve haver um foco maior em programas que incentivem o desporto entre a população infantil. Ele afirma que é comum encontrar uma escola pública em que não há nem mesmo uma quadra poliesportiva, e nem todas as pessoas têm condições de pagar um clube para que seus filhos possam participar de alguma prática esportiva. Ainda assim, há várias prefeituras no Brasil que oferecem iniciação esportiva, assim como projetos sociais - mas tudo está desconectado, e a população fica à mercê de projetos pontuais que não têm nenhuma continuidade, e que do dia para noite podem não existir mais.
A falta de incentivo aos esportes é um velho problema no Brasil, que fica muito mais em evidência em períodos de competições internacionais, a exemplo dos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos. Sendo que em muitos casos os atletas de alto desempenho precisam realizar vaquinhas para conseguir recursos suficientes para financiar seus treinamento e participação em competições, já que nem todos eles estão inclusos no Programa Bolsa Atleta.
Atualmente, no Congresso Nacional tramita o Projeto de Lei do Senado (PLS)68/2017, que tem como previsão instituir a Lei Geral do Esporte. Caso seja aprovado, o texto poderá ajudar a promover o aperfeiçoamento para o sistema esportivo brasileiro, do qual os atletas do país tanto precisam.
