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A desvalorização do real ante o dólar já traz alguns efeitos positivos sobre a produção industrial, afirmou nesta terça-feira (4), André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a influência é pontual em alguns setores e não reverte o cenário negativo em que se insere a indústria como um todo, salientou.
"O câmbio tem favorecido os setores de celulose, aves e minério de ferro. Eles têm comportamento diferente da indústria, com influência do câmbio nesse processo. Mas por enquanto ainda não tem reversão de cenário, é um reflexo setorial", explicou Macedo.
No segundo trimestre de 2015, a produção de celulose cresceu 4,4% em relação a igual período de 2014. Nos primeiros três meses do ano, a alta havia sido de 1,7%, no mesmo tipo de confronto. O avanço, segundo o gerente, é uma evidência do impacto positivo do câmbio nas exportações. "Provavelmente os favorecidos são os que já têm viés para mercado externo", afirmou.
Por outro lado, a valorização do dólar também pode prejudicar setores que utilizam de forma intensiva insumos vindos do exterior, reconheceu Macedo. "Isso traz uma preocupação. Um exemplo é o setor farmacêutico, cuja queda na produção pode ter relação com o custo adicional em função do câmbio", disse.
"Mas de alguma forma isso também pode ser uma saída uma vez que você pode substituir os produtos importados por produção doméstica. É claro que depende de negociação e de como as empresas utilizam esses insumos na produção de seu bem final", acrescentou.
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