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A produção industrial brasileira voltou a cair em junho, em ritmo menos intenso que o esperado mas ainda mostrando fraco desempenho no segmento voltado para investimentos e estagnação no de bens de consumo, corroborando o cenário de fraca atividade econômica do país.
Depois de mostrar expansão de 0,6% em maio na base mensal, a produção recuou 0,3% em junho, fechando o primeiro semestre com contração de 6,3%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4).
Sobre um ano antes, a indústria teve queda de 3,2%. Os resultados vieram melhores que o esperado em pesquisa da Reuters com economistas, que projetavam queda de 0,70 na variação mensal e de 5% na anual.
"Voltamos a operar no terreno negativo... O resultado de junho vem só confirmar uma leitura negativa da indústria que se vê desde o fim do ano passado", afirmou o economista do IBGE, Andre Macedo.
Segundo o IBGE, em junho, o segmento de Bens de Capital - considerado uma medida de investimento - recuou 3,3% sobre maio e 17,2% sobre junho de 2014, fechando o primeiro semestre com forte contração de 20%.
“O baixo nível de expectativas do empresário nos últimos meses se reflete aqui", afirmou Macedo, referindo-se ao mau desempenho do segmento.
A categoria de bens intermediários apresentou em junho retração de 0,2% sobre o mês anterior e de 1,7% sobre um ano antes.
Já Bens de consumo mostrou estagnação sobre maio deste ano e queda de 2,4% sobre junho de 2014. E, dentro dessa categoria, Bens de consumo duráveis recuou 10,7 e 2,4%, respectivamente. Já a subcategoria Bens de consumo semiduráveis e não-duráveis teve expansão de 1,7% no mês, mas retração de 2,4% sobre um ano antes.
Analistas já vinham apontando que a expansão vista em maio não era indicativo do início de uma recuperação do setor, que tem apresentado dificuldade há anos e pesando sobre a economia brasileira. Recentemente, a indústria tem sido afetada pelos juros altos e por cortes de investimento público, parte do reajuste macroeconômico promovido pelo governo.
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O IBGE informou ainda que 15 dos 24 ramos pesquisados mostraram contração em junho, com destaque para máquinas e equipamentos (-7,2%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,7%).
Na ponta positiva, o melhor desempenho para a média global veio de produtos alimentícios, que avançaram 3% no mês, "eliminando assim parte da perda de 3,3% acumulada nos meses de abril e maio últimos", informou o IBGE.
As perspectivas para o futuro próximo tampouco são animadoras, com a economia brasileira caminhando para aquela que deve ser a pior recessão em 25 anos, segundo pesquisa Focus do Banco Central com economistas.
E já há sinais de que o desempenho fraco deve ter continuado em julho. Na véspera, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) para a indústria mostrou queda pelo sexto mês consecutivo, embora o ritmo de contração tenha diminuído.
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