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A fabricante de caminhões e ônibus Mercedes-Benz abriu mais um Programa de Demissão Voluntária (PDV) na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O alvo principal são os cerca de 750 trabalhadores que estão em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), mas o benefício oferecido é extensivo a todos os trabalhadores da fábrica, que emprega cerca de 11 mil pessoas. Além do pessoal do lay-off, a empresa alega ter mais 1,2 mil trabalhadores excedentes, num total de 1.950.
Nesse novo PDV, o segundo em três meses, a Mercedes oferece, além dos direitos normais da rescisão, salário extra de R$ 28,5 mil, independente do tempo de trabalho. Para os funcionários em lay-off, o valor sobe para R$ 35 mil.
O programa, negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi aberto na terça-feira e termina no dia 31. O pacote anterior, aberto de novembro a dezembro, obteve 100 adesões.
O diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos Gomes de Moraes, afirma que o novo pacote de incentivo à saídas "é para gerenciar excesso de pessoal, incluindo aqueles que estão em lay-off". A montadora vem adotando seguidas medidas de corte de produção desde abril.
Ao longo do ano passado, a montadora abriu dois PDVs, operou em semana reduzida de trabalho, deu 25 dias de folgas coletivas, um mês de férias no fim do ano e colocou 750 trabalhadores em lay-off por cinco meses a partir de julho. Vencido o prazo, renovou o programa, assumindo o pagamento integral dos salários.
Na primeira fase do lay-off, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) contribuiu com parte dos salários (R$ 1,3 mil para cada funcionário). A prorrogação do lay-off termina no fim de abril.
A Mercedes também tem 170 funcionários em lay-off na fábrica de Juiz de Fora (MG), mas, para essa unidade, por enquanto não há previsão de um PDV, informa Moraes.
Vendas em queda
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No ano passado, as vendas totais de caminhões no País caíram 11,3% em relação a 2013, somando 137 mil unidades. A Mercedes, sozinha, registrou queda de 6,8%, para 38,1 mil unidades.
Com o aprofundamento da crise econômica, a falta de confiança dos empresários e juros mais caros para o financiamento, a situação se agravou neste ano. No primeiro bimestre, as vendas totais despencaram 39,4%, para 12,8 mil caminhões. A Mercedes registrou redução de 40,6% em suas vendas (para 3 mil unidades).
Outras fabricantes do setor também enfrentam dificuldades. A MAN Latin América, depois de colocar trabalhadores em lay-off e abrir PDV, opera atualmente com jornada e salários reduzidos na fábrica de Resende (RJ).
A Ford tem 420 funcionários da fábrica de caminhões e automóveis de São Bernardo em banco de horas por tempo indeterminado. Scania e Iveco deram férias coletivas e a Volvo demitiu 206 pessoas em dezembro.
Fabricantes de automóveis também operam com medidas de corte de produção. O lay-off, por exemplo, é adotado pela General Motors nas fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP), e pela Ford em Taubaté (SP).
Outras marcas, como a Volkswagen, têm pessoal em férias coletivas.
A indústria automobilística demitiu 12,5 mil trabalhadores em 2014 e 2,2 mil no primeiro bimestre deste ano.
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