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Parece brinquedo, mas é tecnologia. Instalada desde junho de 2014, uma impressora 3D se consolida como caminho para materializar peças para as máquinas da Stara em Não-Me-Toque, norte do Estado.
A ideia de investir na impressora surgiu a partir de pesquisas de mercado e da possibilidade de aumentar a eficiência e reduzir custos de produção, explica o supervisor de engenharia na área de design da Stara, Jonathan Dias.
Ele conta que, antes de adquirir a máquina, a empresa terceirizava o desenvolvimento de protótipos. Hoje, no entanto, houve redução de duas semanas para três dias a espera pelos itens fabricados em ABS (tipo de plástico resistente). A partir do material, a equipe faz testes, validação e readequações para só então produzir o conjunto de ferramentas ligadas à peça, que representa um custo maior:
— É uma garantia de menos erros e custos. Sem contar que há situações em que, a partir dos testes, avaliamos até mesmo que o projeto não precisa ter aquela peça.
A impressora 3D costuma operar durante 20 a 23 dias por mês, em média. Como leva cerca de até 30 horas para produzir certas peças, é comum que seja programada para trabalhar à noite e nos fins de semana.
Dias cita como exemplo a produção de um joystick (controle da máquina), cujo protótipo facilitou definições técnicas para garantir melhores condições de trabalho. Ele ressalta que, se há necessidade de protótipos maiores, o desenho virtual é fatiado e impresso separadamente.
Depois, as peças são encaixadas. Hoje, a influência da impressão 3D nos produtos da Stara ainda é pequena — em uma plantadeira, corresponde a só sete dos mais de mil componentes. Dias crê que esta influência só aumentará:
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— A demanda é muito grande, e a possibilidade de simular ajuda na tomada de decisão. Pretendemos expandir para utilizar este recurso, inclusive para manutenção.
Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier ressalta que o uso da impressão 3D está cada vez mais consolidado diante das vantagens estratégicas e financeiras. E destaca o potencial para auxiliar na reposição mais ágil de peças e na manutenção de máquinas:
— Antigamente, fazia o protótipo e, se não ficasse bom, a adaptação era difícil e custava mais. Hoje, modela-se tudo no computador e, quando vai para a fábrica, há uma visão muito próxima de como vai ficar o produto final.
Estoque virtual e manutenção rápida
Para o consultor na área de impressão 3D Bene Padovani, o uso da tecnologia é um trunfo para a indústria ao reduzir o prazo para o desenvolvimento de produtos:
— O protótipo permite ter à mão a peça final para avaliação, testes e eventuais mudanças. Além de ser mais barato, por ser de plástico, por exemplo, traz economia e antecipa problemas de projeto.
Padovani salienta que outra vantagem é para reposição e manutenção, especialmente para produtos que não existem mais no mercado. Cita como exemplo a possibilidade, caso alguma peça estrague, de desenvolver uma nova com características específicas:
— Assim, a tendência é de que os custos com estoque e manutenção caiam drasticamente.
Diretor comercial da Fastparts, empresa de Joinville (SC) com quase 20 anos de atuação no mercado de projetos de prototipagem, Jessé Silva explica que as impressoras têm custo variável conforme material usado, tecnologia e qualidade de fabricação:
— Vão de R$ 4 mil a R$ 2 milhões. É um recurso que não tem volta, vai estar cada vez mais inserido na indústria, pois permite validar o produto e desenvolvê-lo.
A expansão do mercado e de equipamentos será destaque do Inside 3D Printing, maior feira mundial da indústria de impressão 3D profissional e que será realizada na próxima semana, nos dias 9 e 10 de março, em São Paulo.
Com programação itinerante pelas principais capitais do mundo, o evento terá 2 mil participantes e contará com exposição de tecnologias, palestras e demonstrações em áreas como agronegócio, joalheria, medicina, arquitetura e indústria aeroespacial.
— O maior foco é fortalecer a indústria local, seja qual for a área de atuação — observa Padovani, que atua na organização da feira.
Entenda como funciona
— O primeiro passo é projetar o objeto no formato tridimensional, o que é feito por meio de softwares, diretamente no computador.
— Com o modelo desenhado, a impressão do objeto depende do equipamento que será utilizado. Mas todos têm um sistema em comum: moldam as peças adicionando os materiais em camadas.
— Em vez de papel e tinta, o produto é impresso em materiais diversos, de plástico a metais, resinas e cerâmica. Em geral, o material é derretido antes de ser aplicado até formar o objeto.
— O tempo para produzir depende do tamanho do objeto e do material utilizado. Há impressoras grandes, especialmente industriais, assim como modelos menores e portáteis.
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