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Autor: Onorival dos Santos, Gerente de Operações, e José Luiz Polis, Supervisor de unidades de serviço da Sandvik Tool Services
A globalização afeta direta ou indiretamente a vida de cada um de nós, “pobres mortais”. É positivo, por abrir novos mercados e caminhos até então não explorados e por obrigar as organizações e as pessoas a se atualizarem e buscarem novas formas de aprimoramento para sobrevivência no mundo globalizado. Por outro lado, a mudança é muito rápida e pode afetar drasticamente os que estão menos preparados ou os que demoram mais para perceber as mudanças.
Porém, é o que está na moda no momento, e mostra que veio para ficar, portanto todos devemos estar preparados. As empresas mais informadas há muito tempo vêm se preparando para enfrentar as novas exigências do mercado, através da busca de maior competitividade em relação a seus concorrentes. Entre as principais medidas está a redução dos custos que envolvem toda a cadeia produtiva. Nesse enfoque muitas técnicas e novas filosofias de trabalho foram e continuam sendo empregadas para que se produza mais, com maior qualidade, em menor tempo e com o menor custo possível.
Mas o que tudo isso tem a ver com gerenciamento de ferramentas? É exatamente nesse ponto que o gerenciamento de ferramentas entra, ou seja, para auxiliar as empresas na redução dos custos e no aumento da produtividade, adequando-se às novas exigências do mercado.
De um modo geral, nota-se que em algumas empresas não há um controle muito preciso sobre consumo de ferramentas e seu respectivo custo, ocasionado talvez pela complexidade de se controlar as grandes quantidades e diversidades de ferramentas de corte empregadas nos processos de fabricação. Pode-se imaginar que uma das razões dessa dificuldade está no fato de que os sistemas (softwares) utilizados para controle interno das empresas não são específicos para o controle das ferramentas em si, apesar de proporcionarem alguns tipos de monitoramentos a esse respeito, como por exemplo as entradas e saídas de materiais do estoque e pontos de reposição. Muitas vezes os custos com ferramentas são rateados entre departamentos, sem um critério adequado, ocasionando divergências. O resultado, ao longo do tempo, é um descontrole geral no estoque de ferramentas: compra-se o que não é preciso e deixa-se de comprar o que é realmente necessário, tendo como consequência até a parada da linha de produção e um aumento considerável no índice de obsolescência (ferramenta que está no estoque e não se usa mais).
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Ao se contratar uma empresa especializada em gerenciamento de ferramentas, além de aplicar métodos e sistemas específicos para a atividade, a empresa gestora conta com um recurso importante que minimiza os efeitos causados pelo controle não adequado do ferramental, que é a utilização de softwares específicos para a administração de ferramentas. No mercado há alguns softwares disponíveis e destinados a esse tipo de controle, com a finalidade de fornecer dados detalhados e precisos sobre toda a movimentação do ferramental dentro e fora da empresa, interligando e fornecendo informações a diversos de seus setores, como o planejamento de processos, projetos, compras, produção e almoxarifado.
Outro fator encontrado com freqüência é a falta de pessoal destinado a esse tipo de controle, pois devido à concorrência e à globalização, mencionadas anteriormente, as empresas foram obrigadas a reduzir os custos de fabricação dos produtos, diminuindo os custos com mão-de-obra e gerando, dessa forma, uma sobrecarga de atividades para determinadas funções.
Embora o controle preciso dos gastos e consumo de ferramentas seja de extrema importância para o controle dos custos, a atuação de um gerenciador de ferramentas não se limita apenas a fazer um controle sobre esses dados, pois ao atuar com um time especializado, o objetivo é focar o processo de usinagem como um todo, envolvendo todas as variáveis possíveis pertinentes ao processo de fabricação, como por exemplo, a redução do tempo de setup de máquinas, aumento da produtividade, implantação de novas tecnologias ao processo, suporte ao cliente no desenvolvimento de novos produtos, atuação imediata na solução de problemas, treinamento para o pessoal envolvido na cadeia produtiva, enfim, todo o trabalho é orientado para a redução de custos e desperdícios.
Sendo assim, a operação de gerenciamento de ferramentas não influencia apenas o custo com aquisição, que gira em torno de 3% a 5% do custo total de fabricação, mas sim, outros fatores que formam o referido custo (troca de ferramentas, parada de máquinas, máquinas, refrigerantes de corte, etc.), que se bem gerenciados podem trazer reduções ainda mais significativas.
Outro fator de vital importância para o sucesso do gerenciamento é o comprometimento das partes envolvidas neste processo, durante a implementação e andamento da operação, a fim de se obter os ganhos e resultados esperados. A filosofia do gerenciamento está mostrando que veio para ficar, como sendo uma forte ferramenta para melhorar a competitividade das empresas no nosso mundo concorrido e globalizado.
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