Depois de conquista em minério de ferro, BHP e Rio Tinto miram domínio em cobre

A Rio Tinto e a BHP Billiton estão acumulando vastas explorações de cobre em um esforço para capturar uma maior fatia do mercado mundial de 140 bilhões de dólares, aparentemente buscando tirar do jogo produtores de alto custo, da mesma forma que fizeram no negócio global de minério de ferro.

Separadamente e em joint ventures, Rio Tinto e BHP pretendem produzir milhões de toneladas adicionais de cobre, apesar de verem um mercado com excesso de oferta para os próximos anos.

"Para ambas as empresas, trata-se de aumentar a influência o máximo possível sobre o mercado global", disse Gavin Wendt, analista sênior de recursos da consultoria MineLife, baseada em Sydney.

Um excesso de oferta mundial de 300 mil toneladas é previsto para 2015 pelo Escritório de Economia para Recursos e Energia da Austrália, o equivalente à produção de metade de um ano pela Coreia do Sul.

O chefe de divisão de cobre da Rio Tinto, Jean-Sebastien Jacques, disse a investidores em dezembro que uma mudança para um déficit no mercado era improvável antes de 2018 e que a empresa estava agora lutando para "ganhar uma vantagem clara" contra competidores e para "construir um modelo de negócio que cria valor através dos ciclos econômicos".

A BHP vê o uso de cobre crescendo acentuadamente na próxima década, em parte por causa de uma mudança para fontes de energia renováveis, que requerem uso intensivo de equipamentos de cobre. O metal tem sido considerado um pilar fundamental do crescimento pelo Conselho da BHP.

Embora seja improvável que Rio Tinto e BHP tenham o mesmo grau de domínio sobre cobre que detêm em minério de ferro - em um futuro próximo Codelco, Freeport McMoran e Glencore seguirão como as maiores produtoras da commodity -, a influência dessas companhias sobre a oferta global será reforçada.

A investida em cobre daria à BHP e à Rio Tinto uma vantagem sobre a rival brasileira Vale, cuja exposição ao metal vermelho é menos da metade da mostrada pela BHP e Rio Tinto, e segue estagnada enquanto a companhia se concentra em seu principal negócio, de minério de ferro.


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Em regiões tão diversas como Américas do Norte e do Sul, Austrália e Mongólia, BHP e Rio Tinto estão cavando novas minas ou expandindo antigas, sendo que alguns projetos demandam bilhões de dólares em investimentos e outros quase nada.