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A retração das vendas no Brasil e nos demais países da América Latina no ano, combinada com o cenário global de pressão sobre as margens devido ao excesso de capacidade produtiva no setor no mundo, levou a Gerdau a rever para baixo, pela segunda vez, a projeção de investimentos em ampliação e modernização de suas unidades em 2014. A nova cifra, anunciada ontem (5) pelo diretor-presidente do conglomerado, André Gerdau Johannpeter, é de R$ 2,1 bilhões.
No início do ano, o grupo previa investir R$ 2,9 bilhões em 2014, mas diante do quadro adverso já havia reduzido para R$ 2,4 bilhões em meados do ano. Conforme Johannpeter, em 2015 o investimento deverá reagir um pouco, para R$ 2,3 bilhões, auxiliado pelo efeito do câmbio mais valorizado sobre os projetos no exterior. Ainda assim, ficará abaixo de R$ 2,6 bilhões de 2013 e dos R$ 3,1 bilhões de 2012, em valores históricos.
Em teleconferência com analistas sobre o balanço do terceiro trimestre, o executivo disse que a nova redução se deve às perspectivas negativas quanto à evolução "do mercado, da demanda e dos resultados". Segundo ele, suas fábricas no país e no exterior vêm utilizando entre 70% e 75% da capacidade instalada, em linha com a média global. "Ainda temos muita capacidade para ser utilizada", disse.
"O cenário é realmente desafiador para os próximos anos", reforçou Johannpeter. Ele lembrou que o excesso de capacidade do setor no mundo é de 690 milhões de toneladas e deve continuar impactando o desempenho das siderúrgicas nos "próximos exercícios". Até setembro, o desembolso no ano encolheu 15,8%, para R$ 1,6 bilhão. No terceiro trimestre caiu 28,7%, para R$ 438 milhões.
A área de mineração de ferro é uma das que serão atingidas pelo corte dos investimentos, com redução do ritmo de execução de alguns projetos, afirmou o vice-presidente de relações com investidores, Andre Pires de Oliveira Dias. Hoje, a Gerdau está apta a produzir 11,5 milhões de toneladas minério por ano e o plano original era chegar a 18 milhões em 2016 e ir a 24 milhões em 2020. Esse cronograma está sendo revisado.
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Dias disse que não há "pressão nem pressa" para definir o novo orçamento, pois a produção própria já garante a competitividade e autossuficiência da usina e Ouro Branco (MG). A nova estratégia poderá ser no início de 2015.
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