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O primeiro dos 50 helicópteros EC725 adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras da Helibras acaba de ser entregue, montado e testado no país com participação da indústria local. Para o setor aeroespacial, a aeronave pronta, uma versão naval destinada à Marinha, mostra o sucesso do programa de nacionalização. A aeronave é equipada, por exemplo, com sistema de missão 100% nacional, que inclui a integração de sensores de guerra eletrônica, armamento e radar marítimo.
Segundo o presidente da Helibras, Eduardo Marson, o sistema foi desenvolvido pela companhia e as empresas brasileiras parceiras do programa. O software e a integração do console tático foi feito pela Atech, controlada pela Embraer Defesa e Segurança, e a motorização do míssil, pela Avibras.
Com esta configuração única no mundo, a versão naval possui equipamentos para atividades de esclarecimento e ataque para várias missões. "A Helibras está pronta para atender a qualquer país no mundo que necessite de um helicóptero com estas características, tornando a nossa cadeia de fornecedores locais apta também a esse crescimento", diz Marson.
Pelos cálculos da Helibras, já foram implementados € 535 milhões em obrigações de cooperação industrial e outros € 190 milhões em offset (transferência de tecnologia) para o Brasil. O programa de produção dos helicópteros no país envolve a participação de 37 empresas, sendo que treze delas são beneficiárias de acordos de transferência de tecnologia.
Marson cita o exemplo da Inbra Aerospace, que utilizou material composto na fabricação do conjunto estrutural que une a cabine ao cone de cauda do helicóptero. Um processo inédito foi a colagem a quente desse tipo de material (estruturas do tipo sanduíche, compostas de fibra de vidro, carbono e colméia de aramida), que dispensa o uso de rebites estruturais.
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O cone de cauda, um dos conjuntos estruturais mais importantes do helicóptero, foi fabricado pela primeira vez no Brasil pela Aernnova. Segundo a Helibras, o projeto de produção da estrutura do cone de cauda compreende a manufatura de peças aeronáuticas primárias, assim como a montagem de subconjuntos e a junção do cone com o pilone (estrutura que sustenta o motor).
De acordo com Marson, a Comissão Coordenadora do Programa de Aeronaves de Combate (Copac), responsável pela aquisição e modernização de aeronaves na Força Aérea Brasileira (FAB), já reconheceu € 285 milhões em transferência de tecnologia e investimentos na indústria nacional. Desde o início do projeto a Helibras contratou mais de 600 funcionários para a unidade de Itajubá.
O presidente da Helibras disse que ainda tem € 10 milhões em offset indireto (não relacionado diretamente com a compra dos helicópteros) em fase de reconhecimento. "Neste conjunto estão incluídas a modernização do pacote de dados do helicóptero Pantera e o suporte técnico para a qualificação do simulador do helicóptero Esquilo do Exército, ambos desenvolvidos pelo Centro de Tecnologia do Exército (Cetex)."
Pelo acordo feito com o Ministério da Defesa, no âmbito do contrato firmado em 2008, a Helibras tem de implementar um total de € 1,7 bilhão em cooperação industrial e transferência de tecnologia com empresas brasileiras. O valor do contrato envolvendo a compra de 50 helicópteros gira em torno de € 1,9 bilhão.
O presidente da Helibras diz que a empresa cumprirá o objetivo de atingir um valor agregado de conteúdo nacional de 50% nos helicópteros EC725, mas lembra que precisará resolver alguns problemas de competitividade que o Brasil apresenta em relação a custos.
"A indústria aeroespacial é muito globalizada e busca a competitividade para reduzir seus custos. Ao longo do tempo teremos de atacar a questão do custo, pois ficou caro produzir no Brasil", afirmou. Até 2020, segundo Marson, a Helibras pretende colocar em prática o projeto do "helicóptero brasileiro", que será concebido, desenvolvido e produzido no Brasil.
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