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A decisão da Suíça de cancelar a compra de 22 caças Gripen NG, da fabricante sueca Saab, no mês passado, aumentou as oportunidades de participação das empresas brasileiras na fase de desenvolvimento do avião, afirmou o brigadeiro José Augusto Crepaldi, presidente da Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate) e coordenador do programa F-X2.
"De novo a Saab se volta para o Brasil com mais força ainda, mas para que a participação da indústria e a sua capacitação sejam garantidas é necessário que haja constância orçamentária", afirmou o brigadeiro após participar de um debate sobre "O novo caça da Força Aérea Brasileira e seu impacto na indústria aeronáutica".
O governo da Suíça chegou a anunciar, em 2011, a decisão de adquirir o Gripen por US$ 3,4 bilhões, mas a compra foi rejeitada nas urnas pela população. Embora os analistas tenham afirmado que a decisão dos suíços gera incertezas sobre a continuidade do programa, a Saab garantiu que já está em negociação com outros países e que a encomenda do Brasil seria um primeiro passo importante.
A Akaer, especializada em engenharia aeronáutica, foi a primeira brasileira a se beneficiar do desenvolvimento do Gripen, pois havia sido contratada para fazer partes da fuselagem do avião antes mesmo de o governo brasileiro anunciar a sua opção pelo caça sueco.
O presidente da Akaer, Cesar Augusto Silva, disse que a Saab, que está formalizando a compra de 15% das ações da empresa brasileira, já garantiu maior responsabilidade da brasileira no projeto, com o desenvolvimento de toda a fuselagem da aeronave. Até então, a Akaer era responsável pelo projeto da fuselagem central e dianteira. A brasileira será uma das líderes no desenvolvimento da versão biplace (de dois assentos) do Gripen, que será inteiramente desenvolvida no Brasil.
Pelo acordo feito pela Saab com o governo federal e a FAB, 80% do Gripen será produzido no país. Além da Akaer, a Embraer, Mectron, Atech, AEL Sistemas e a subsidiária da GE no país vão participar do fornecimento das partes mais complexas do caça, envolvendo integração de sistemas e armamentos, montagem final, data-link, componentes e manutenção de motores, sistemas aviônicos e desenvolvimento de aeroestrutura.
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O Brasil, segundo o presidente da Copac, não pode ser considerado um mero comprador do avião sueco. "A Saab precisa do Brasil como parceiro estratégico deste programa e por essa razão adiou ao máximo a compra que foi aprovada pelo governo do seu país, para que as oportunidades de desenvolvimento conjuntas fossem mais amplas", disse.
A assinatura do contrato de aquisição de 36 caças para a FAB, avaliada em US$ 4,5 bilhões, deve acontecer até o fim do ano, informou o brigadeiro. Mesmo antes da assinatura do contrato, todas as indústrias brasileiras do setor aeroespacial e de defesa já estão discutindo com a Saab forma de participação no projeto.
Embora a Saab já tenha iniciado o desenvolvimento do avião, tendo em vista o atraso e as indefinições do processo de compra pelo governo brasileiro, o coordenador do F-X2 disse que o projeto não avançou muito e ainda está em uma fase inicial.
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