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O ex-ministro da Fazenda e professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Luiz Carlos Bresser-Pereira, disse que a indústria brasileira perdeu competitividade no plano real e monetário.
No plano real, diz ele, a competitividade caiu em razão do custo unitário da mão de obra, que aumentou em relação a seus concorrentes. Isso aconteceu porque o aumento de produtividade no Brasil cresceu em ritmo menor que dos concorrentes, seja porque os custos aumentaram mais ou porque os salários reais aumentaram mais. Ou por ambas as razões, diz o economista.
Bresser-Pereira destaca entre os fatores de elevação para o custo unitário da mão de obra a falta de investimentos na indústria, o que aconteceu também à medida que caía a competitividade, num fenômeno circular. Os investimentos na infraestrutura caíram desde os anos 1980, diz, e só recentemente começaram a aumentar. Os salários, a partir dos anos 2000, argumenta, vêm aumentando mais do que a produtividade nos últimos dez anos.
No plano monetário, diz Bresser-Pereira, desde a abertura comercial de 1990-1992, o Brasil deixou de neutralizar a doença holandesa e a taxa de cambio apreciou-se em termos reais.
“E também porque o populismo cambial e a ortodoxia econômica, somados, vêm levando o Brasil a apreciar adicionalmente a taxa de câmbio por tentar crescer com poupança externa e por usar o câmbio para atingir metas de inflação. “Isso é um desastre e desestimula as empresas a investir.”
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