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Apesar da redução do nível de atividade de várias empresas do setor automotivo no país nas últimas semanas, a siderúrgica Gerdau segue otimista com o desempenho do mercado siderúrgico brasileiro em 2014. "O cenário é positivo e o consumo de aço deve crescer", afirmou nesta quarta-feira (7) o presidente do grupo, André Gerdau Johannpeter, durante teleconferência em que comentou o balanço do primeiro trimestre.
Segundo o empresário, o grupo trabalha com uma projeção de crescimento de 3% a 3,5% no consumo de aço no país neste ano. Em fevereiro, a previsão era de alta de 3%, para 27,4 milhões de toneladas. Para Johannpeter, o segmento com melhor desempenho no consumo é o do agronegócio. O setor de infraestrutura segue "lento", mas "tem muita coisa acontecendo", enquanto a construção residencial está mais estável, "mas com crescimento", e a indústria é a mais impactada negativamente pela desaceleração da economia.
A Gerdau apresentou um lucro líquido de R$ 397,2 milhões no primeiro trimestre de 2014, uma alta de 168% ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida cresceu 15,1%, para R$ 10,55 bilhões, em linha com a previsão de analistas do Brasil Plural e um pouco abaixo dos 17% de aumento previsto pelo BTG Pactual.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, veio acima da expectativa de analistas. O aumento para os três primeiros meses do ano foi de 48,6% no indicador operacional, para R$ 1,2 bilhão.
A produção de aço bruto cresceu 3,3% nos três primeiros meses do ano, para 4,55 milhões de toneladas. Já as vendas da empresa, com operações no Brasil, América Latina, América do Norte, Europa e Índia - recuaram 3,7%, para 4,38 milhões de toneladas.
Na área de minério de ferro, a produção no trimestre foi de 1,73 milhão de toneladas, com aumento de 54,4% ante o mesmo período do ano anterior. As subiram 119,3%, para 2 milhões de toneladas. A empresa liga o crescimento na produção à entrada em operação da nova UTM (unidade de tratamento de minério), em setembro de 2013. A empresa começou a intensificar desde o fim do ano passado as vendas para terceiros devido à expansão da capacidade de produção.
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A Gerdau começou a divulgar separadamente neste ano os dados da operação de minério de ferro, que anteriormente eram reportados nas operações de Negócio Brasil. Agora, passou a ter a unidade de negócio denominada "Minério de Ferro". O grupo prevê produzir de 9 milhões a 9,5 milhões de toneladas do produto em 2014, disse o vice-presidente-executivo de finanças e relações com investidores, Andre Pires de Azevedo.
Segundo Pires, o consumo próprio anual do grupo é de 4 milhões a 5 milhões de toneladas. O restante é vendido para terceiros nos mercados interno e externo. No exterior, os principais clientes estão na Europa e na China.
No ano passado a Gerdau ampliou a capacidade de produção de minério de ferro de 6,5 milhões para 11,5 milhões de toneladas por ano. O programa de expansão prevê uma capacidade de 18 milhões de toneladas em 2016 e de 20 milhões de toneladas em 2020. Até agora, já investiu R$ 1 bilhão nessa área, valor que pode atingir até R$ 3 bilhões, mas a cifra está sendo revisada, disse André Gerdau.
Sobre as operações nos EUA, o executivo disse que o grupo está "otimista" com a recuperação do mercado americano de produtos siderúrgicos em 2014, depois de um "inverno rigoroso" e da queda de 0,6% registrada em 2013. A estimativa é de crescimento de 4% no consumo do país, para 99,4 milhões de toneladas. "Vemos sinais muito fortes de recuperação". As operações locais do grupo tiveram desempenho "bem melhor em março" e as perspectivas para o fechamento dos números de abril também são "boas".
Ontem, as ações da companhia reagiram bem aos resultados: as PN fecharam com alta de 2,41%, a R$ 14,42, enquanto as ON avançaram 2,98%, para R$ 11,76.
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