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A adoção da meta de eficiência energética europeia na indústria brasileira de automóveis poderia fazer com que as emissões de gases de efeito estufa por veículos fossem 10% menores que as contabilizadas em 2010, mesmo com a estimativa de duplicação da frota atual do país até 2030. A conclusão é de estudo feito pela Coppe/UFRJ a pedido do Greenpeace e divulgado nesta quinta-feira (10), pela organização não-governamental.
De acordo com o estudo, a única meta que o Brasil tem de eficiência energética veicular hoje é voluntária, estipulada pelo programa Inovar-Auto, do governo federal. Os cálculos da Coppe/UFRJ mostram que, caso a indústria siga essa meta, que representa um ganho de 12% em eficiência até 2017, as emissões em 2030 serão de 88 megatoneladas de CO²equivalente (Mton CO²eq). Mas se for adotada a mesma meta definida pela União Europeia – de 1,22 Megajoule por quilômetro (MJ/km) até 2021 – entre 2010 e 2030 o país terá deixado de emitir quase duas vezes o que foi emitido por veículos leves em 2012.
O estudo da Coppe/UFRJ compara três cenários de eficiência energética na frota de veículos do Brasil, e aponta as diferenças entre elas nas emissões de gases estufa até 2030. Nos três casos, o ano base é 2011, quando a eficiência média dos veículos novos estava em 2,07 MJ/km e as emissões totais eram de 79 Mton CO² eq – cinco vezes o que a cidade de São Paulo emitiu no ano de 2011.
O primeiro cenário considera a meta voluntária estipulada pelo programa Inovar-Auto. No segundo panorama, a Coppe considerou que os carros produzidos no país atingiriam a mesma meta de eficiência adotada pela Europa – só que apenas em 2023, com dois anos de atraso. Nesse caso, as emissões em 2030 chegariam a 68Mton CO² eq.
No terceiro cenário, foi considerado que os veículos novos brasileiros já estariam equiparados às metas de eficiência europeia em 2021, mesmo ano que o bloco europeu estipulou para que os carros cheguem à média de 1,22 MJ/km. Desse modo, as emissões totais dos automóveis brasileiros alcançariam 67Mton CO² eq. Em 2030, comparando este cenário com o de referência, a redução de emissões seria de quase 24%.
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Segundo o coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Iran Magno, vários países têm adotado metas rigorosas para que seus carros reduzam o consumo energético e emitam menos gases de efeito estufa.
“É hora das montadoras que operam no Brasil assumirem a responsabilidade pelo impacto que têm no clima e serem coerentes ao adotar padrões similares aos que elas já têm lá fora”, afirma ele, lembrando que o Brasil é o quarto maior mercado de automóveis do mundo.
O Greenpeace lembra que, segundo o Observatório do Clima, as emissões brasileiras do setor de transporte cresceram 143% entre 1990 e 2012.
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