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A multinacional americana Honeywell vai produzir no Brasil turbos de última geração que equipam a picape S10, montada pela General Motors (GM) em São José dos Campos, no interior paulista. A nova linha vai adicionar uma capacidade de 70 mil turbos por ano à fábrica da Honeywell em Guarulhos (SP), hoje capaz de fabricar 300 mil turbocompressores para veículos comerciais e máquinas agrícolas.
O investimento, compartilhado entre a empresa e a montadora, não é divulgado em razão do compromisso de sigilo entre as partes. Mas a Honeywell informa que o projeto praticamente dobra o ritmo de aportes feitos pelo grupo no país nos últimos dois anos.
Se tudo sair como previsto no cronograma, a produção terá início em janeiro do ano que vem. O investimento está inserido no programa de nacionalização do novo regime automotivo, o Inovar-Auto, que atrela incentivos fiscais ao uso de autopeças locais na montagem de veículos. Os turbos a serem produzidos pela Honeywell em Guarulhos são hoje importados pela GM da Romênia. Eles equipam as versões de motor a diesel da S10.
Segundo a Honeywell, só a GM vai consumir entre 40 mil e 50 mil turbos por ano. Mas a tecnologia, aplicável também em caminhões leves e vans, será oferecida a outras montadoras para que toda a capacidade de produção da linha seja ocupada.
José Rubens Vicari, diretor da Honeywell, diz que o Brasil ganhou competitividade em relação ao Leste europeu em virtude da desvalorização do real. Acrescentando na conta os custos relacionados à logística da importação, esse cenário, afirma o executivo, abriu espaço para a produção de novas linhas no país. "Você ainda tem o custo Brasil, mas houve uma melhora no câmbio".
A produção dos novos turbos começa no ano que vem com a montagem de componentes, em sua maior parte, importados da China e da Europa. Depois disso, a meta será elevar para perto de 70% o índice de nacionalização das peças - entre carcaças, turbinas, rotores e outros componentes em alumínio e ferro.
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Vicari diz que o desenvolvimento de fornecedores locais levará até dois anos e começa com a carcaça do equipamento, a ser encomendada a fundições brasileiras. Na lista dos componentes, apenas o atuador eletrônico, responsável por controlar a velocidade da turbina, não deve ser nacionalizado.
Entre os avanços do dispositivo, a tecnologia que a Honeywell está trazendo ao Brasil, chamada de "geometria variável", consegue corrigir a defasagem entre a velocidade do motor e a reação do turbo, diz Vicari.
Na busca por motores compactos, tendo em vista a exigência de carros mais econômicos do novo regime automotivo, a aplicação de equipamentos auxiliares como o turbocompressor também está sendo testada em automóveis de passeio. "O turbo será necessário para se chegar às metas impostas pelo Inovar-Auto", diz Vicari.
No momento, protótipos de turbocompressores para motores bicombustível vêm sendo testados para montadoras não apenas pela Honeywell, mas também pela BorgWarner, que recentemente anunciou o plano de investir cerca de R$ 50 milhões para produzir turbos de carros de passeio em uma fábrica no município de Itatiba, no interior paulista.
Por Eduardo Laguna/ Valor Econômico
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