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O Sistema de Realidade Virtual para Simulação de Trem, desenvolvido pela Escola Politécnica (Poli) da USP, com apoio da mineradora Vale, acaba de ganhar várias inovações. Inteiramente brasileiras, as novas tecnologias reforçam a segurança operacional dos veículos, aumentam a produtividade do sistema e propiciam economia de combustível. O projeto teve início em 2009 e já recebeu investimentos de R$ 5 milhões.
O simulador de trem possui agora o módulo multiusuário, no qual é possível interligar todas as cabines de treinamento dos maquinistas. Desta forma, cada trem visualiza o outro e pode interagir em tráfego, sinalização e manobras de pátio, por exemplo. Atualmente, há cabines de treinamento em Vitória (ES), Divinópolis (MG) e em Moçambique, na África. Há, ainda, uma cabine móvel que circula pelo Brasil fazendo o treinamento nas diversas áreas de operação da Vale.
O sistema multiusuário torna possível simular um Centro de Controle de Operações (CCO), onde o instrutor tem uma visão geral da malha. Ele pode funcionar com acesso remoto através da internet, permitindo ao instrutor preparar cenários e acompanhar o treinamento em qualquer local.
Outra inovação é o veículo completo. Através da interligação de diversos computadores, o maquinista consegue administrar, em tempo real, o comportamento dinâmico e as forças que agem em todos os vagões e na locomotiva. A funcionalidade assegura, com precisão, a obtenção de informações sobre possíveis riscos de descarrilamento.
Interdisciplinar
O Sistema de Realidade Virtual para a Simulação de Trem foi desenvolvido por três equipes da Poli, lideradas pelo professor Roberto Spínola Barbosa, do Departamento de Engenharia Mecânica e coordenador do Laboratório de Dinâmica e Simulação Veicular (LDSV). Segundo ele, a atual arquitetura do simulador “permite que ele seja replicado para operações nos portos ou nas minas, além de outros sistemas de transporte, como as redes de metrô”.
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Também participam do projeto o Laboratório de Automação e Controle (LAC), do Departamento de Engenharia Elétrica, que atuou na concepção do sistema de simulação com processamento distribuído em diversos computadores interconectados em rede.
Já o Tanque de Provas Numéricos (TPN), do Departamento de Engenharia Naval, desenvolveu o processamento de imagens e realidade virtual, contribuindo com a estrutura de visualização georeferenciadas e imagens de satélite.
Mais segurança
O diretor de Engenharia e Desenvolvimento Logístico da Vale, Roberto Di Biase, destaca que as inovações no projeto permitem aos maquinistas conduzir os trens em um ambiente controlado e seguro antes de serem operadores de trens reais. “O uso da ferramenta nos permite treinar os maquinistas em situações críticas ou de emergência, só possível em um ambiente virtual”, diz Di Biase.
Ele ressalta que o simulador já capacitou, desde 2012, mais de 350 profissionais da empresa, entre engenheiros, analistas e maquinistas. “Traçamos um plano de desenvolvimento dos maquinistas hoje em operação, abrangendo reciclagens e aprofundamento dos conhecimentos e temos como condição prévia para futuros maquinistas o treinamento de fundamentos de operação ferroviária”, explica.
O Simulador de Trem reproduz com precisão o comportamento do trem por todo o trajeto de uma ferrovia, incluindo a visualização do ambiente com sons e variações do ambiente (sol, chuva, neblina, noite). Estão presentes todos os sistemas que formam o trem, além de dados como o tempo de percurso, consumo de combustível e índice de segurança contra descarrilamento.
Por Fábio Galvão / Assessria de Comunicação da Poli
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