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O Brasil vem mostrando ao mercado mais estabilidade e resiliência diante das crises financeiras internacionais, mas, por ser uma economia exportadora de commodities, deverá sofrer algum tipo de “choque” vindo da China. A análise é do vencedor do prêmio Nobel de Economia, o norte-americano Paul Krugman, em visita ao Brasil na manhã desta terça-feira (18).
"O Brasil é economia exportadora de commodities, o que significa que o Brasil sofrerá um choque por causa da crise da China. Estou preocupado com esse choque proveniente da China. Não estamos falando de crise [no Brasil]. É algo que pode ser manejado, mas não seria bom para vocês", disse Krugman durante palestra em evento da revista "Carta Capital".
Para o economista, é bastante claro que a economia da China está desequilibrada e que não tem tido condições de manter as altas taxas de crescimento como as verificadas nos anos anteriores.
“As estatísticas econômicas da China são uma forma de 'ficção científica' e isso é problemático. Nem o governo central deve saber se os dados são verdadeiros mesmo. O que é bastante claro é que a China teve uma economia muito desequilibrada. Tiveram investimentos altos, grande consumo de domicílio... A China foi capaz de ter taxas altas de crescimento durante um bom tempo”, afirmou Krugman, indicando que o país teria de passar por reformas para recuperar estabilidade.
No entanto, mesmo correndo o risco de sofrer reflexos do mau desempenho da economia chinesa, o Brasil não tem motivos para se preocupar, já que tem se mostrado resistente diante de crises anteriores, segundo Krugman.
“O Brasil já não é mais vulnerável há um bom tempo. Em 1999, quando houve uma queda no real, houve expectativa que a crise financeira se disseminaria, mas não aconteceu, foi só uma grande depreciação. Houve inflação, que subiu muito, mas nenhuma catástrofe. O Brasil tem mais estabilidade, porque já permanece assim por um bom tempo. A inflação está sob controle, a política fiscal está mais responsável. Não há mais a mesmas perspectivas de colapso como antes”.
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Por Anay Cury/ G1
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