Lobby pela 'reativação' do Moderfrota

Lobby pela 'reativação' do Moderfrota

As duas entidades que representam empresas do segmento de máquinas agrícolas no país, Anfavea e Abimaq, pediram ao Ministério da Agricultura a "reativação" do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) para o financiamento de equipamentos novos na próxima safra (2014/15), que começará em julho. Hoje, o programa é usado apenas para financiar a aquisição de máquinas usadas.

Lançado no início da década passada, o Moderfrota, um dos primeiros programas governamentais de incentivo à mecanização agrícola, perdeu espaço para o Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES), que apresentava juros mais atrativos.

Gilberto Zancopé, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), disse que a entidade também levou o pleito ao Ministério da Fazenda. Segundo ele, tanto Agricultura quanto Fazenda manifestaram interesse em fortalecer o Moderfrota.

"A ideia de reabrir o Moderfrota decorre da suspeita de que faltará recursos para o PSI", diz Zancopé. Segundo ele, o Moderfrota, quando era muito utilizado pelo segmento, não apresentava escassez de recursos e era voltado apenas ao financiamento máquinas agrícolas. O presidente da CSMIA/Abimaq estima que seriam necessários em torno de R$ 10 bilhões para o Moderfrota na safra 2014/15 para atender à demanda existente.

Quando foi criado, em 2000, o Moderfrota tinha taxas de juros entre 9,75% e 12,75% ao ano. Mas as liberações de recursos despencaram a partir de 2009, com o lançamento do PSI. Os desembolsos do Moderfrota, que chegaram a alcançar R$ 2,8 bilhões em 2002, diminuíram para R$ 9,4 milhões em 2012.

Para Milton Rego, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Moderfrota deveria voltar a ser o principal financiador do segmento. O calendário do programa é vinculado ao ano-safra e os recursos definidos no Plano Safra. Já o PSI tem cronograma de ano civil e suas condições normalmente são definidas no último mês do ano, o que atrapalha o fechamento de novas operações em dezembro e janeiro, período importante para aquisição de colheitadeiras, por exemplo.


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Neste ano, conforme a Anfavea, foi possível fazer novos contratos do PSI somente a partir de 27 de janeiro, o que impactou fortemente as vendas domésticas no período.

Em fevereiro passado, a comercialização interna de máquinas agrícolas totalizou 5.615 unidades, alta de 48,9% sobre janeiro e queda de 9,6% ante o mesmo mês de 2013, conforme dados da Anfavea. No 1º bimestre, as vendas recuaram 19,1% sobre igual intervalo de 2013, para 9.387 unidades.