Igualdade de gênero nas empresas, um desafio real

Mulheres têm mais dificuldades para alcançar cargos de liderança.

As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, entretanto para a igualdade de gênero no mercado de trabalho há ainda um longo caminho. Desafio ainda maior quando se trata de cargos de lideranças.

Segundo pesquisa realizada pela KPMG, rede global de firmas independentes, a forma como os CEOs lidam com a paridade de gêneros precisa ser atualizada. Apesar disso, essa questão já aparece como prioridade estratégica em muitas empresas. Essa é a principal conclusão da pesquisa Conquistando corações e mentes – como os CEOs discutem a paridade de gênero (do título original em inglês, Winning heart and minds – how CEOS talk about gender parity), realizada pela rede com 20 executivos do mundo todo.

O levantamento teve como objetivo mostrar como os dirigentes estão enfrentando essa questão e apontar desafios e soluções para estabelecer dentro da organização a igualdade entre os funcionários.

“O que vimos é que muitos CEOs já acreditam que a igualdade de gênero é um objetivo que vale a pena ser perseguido pois trará benefícios à empresa. Mas por outro lado, a pesquisa nos mostrou que a forma como eles falam e agem sobre o tema ainda precisa ser mudada. A organização que respeita e valoriza a diversidade de cada colaborador terá um resultado positivo para os negócios,  tanto para funcionários como para clientes e, naturalmente, para os acionistas”, analisa Carla Bellangero, sócia da KPMG e líder do KNOW (KPMG’s Network of Women), grupo de mulheres líderes da empresa, que é composto por 48 sócias e diretoras e tem como principal objetivo valorizar a atuação e a integração das mulheres à empresa.

Apesar do esforço em reforçar a igualdade de gênero, as mudanças ainda são brandas. Entre 2002 e 2012 a taxa de mulheres com idade igual ou superior a 25 anos que assumiram cargos de direção ou liderança praticamente não mudou. De acordo com o PNAD 2012, o acesso de mulheres em cargos de direção e gerenciais é menor que os homens: 5% para as mulheres e 6,4% para os homens. Em 2002 as mulheres nessa faixa etária representavam 4,9%, enquanto os homens 7,4%.


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Em contrapartida, na coluna semanal da presidente Dilma Rousseff, publicada no dia 4 de março, ela ressalta o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho. Segundo a presidente, 2,3 milhões de mulheres conseguiram emprego com carteira assinada desde 2011, o que representa um pouco mais da metade do total de postos de trabalho criados neste período.

De acordo com o levantamento da KPMG, o compromisso e responsabilidade entre os executivos são fundamentais para alcançar a paridade de gênero e os melhores resultados aconteceram quando o tema foi tratado como uma motivação pessoal por parte do CEO.

“Forte compromisso pessoal com o assunto pode ajudar os líderes a garantir um legado de paridade de gênero em suas organizações”, finalizou Carla Bellangero.

Escolaridade

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2013, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento-hora de homens e mulheres aumenta à medida que avança a escolaridade. No grupo dos mais escolarizados (12 anos ou mais de estudo), as mulheres recebiam em média por hora, 66% do rendimento dos homens, o mesmo percentual observado em 2002.

Entretanto, para a presidente Dilma, o avanço pode estar refletido na educação. "Para avançarmos ainda mais, estamos investindo na qualificação profissional. Mais da metade das bolsas do ProUni e dos financiamentos do FIES foram concedidos para mulheres. Elas também são maioria no Pronatec (seis em cada dez alunos são mulheres), aproveitando a oportunidade de estudar, de graça, nas redes federal e estaduais de educação profissional e nas escolas do Sistema S".


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