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O ano de 2013 terminou deixando ao mesmo tempo uma herança menos sombria para 2014 e uma dúvida sobre os setores capazes de dar um impulso adicional à economia neste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,3% em 2013 e 0,7% no quarto trimestre em relação ao terceiro, feitos os ajustes sazonais. Os dois resultados surpreenderam positivamente, mas foram insuficientes para levar os economistas a projetar um crescimento mais vigoroso neste ano.
Além dos sinais de um começo de ano fraco - confiança em baixa, queda nas exportações para parceiros importantes e menor produção de automóveis - pesa sobre 2014 a ausência de um motor capaz de dar impulso adicional ao crescimento, papel no qual consumo e investimento se alternaram nos últimos anos. Entre 2003 e 2013, o PIB cresceu, em média, 3,6% ao ano, enquanto o investimento subiu 6,1% e a demanda, 4,3%.
No ano passado, o PIB foi puxado pelos gastos em máquinas e equipamentos e na construção civil, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo, que cresceu 6,3%. Esse resultado foi muito superior ao do consumo das famílias, que subiu 2,3%, o menor crescimento desse componente desde 2003. Entre os países do G-20, o Brasil ficou com o décimo maior crescimento.
O aumento da taxa de juros, a incerteza típica de ano eleitoral e a decisão de reduzir o volume de desembolsos do BNDES sugerem, na avaliação de analistas, que o investimento não será forte em 2014. Por outro lado, o consumo das famílias também deve a crescer menos, entre outras razões porque o salário mínimo só subiu 1%. O setor externo, antes aposta de recuperação diante da desvalorização do real, perdeu força com as crises na Argentina e Venezuela.
Se os principais componentes da demanda sugerem um PIB morno, uma ajuda inesperada para este ano veio justamente do crescimento de 0,7% no último trimestre de 2013. Esse resultado, sozinho, já faria 2014 crescer entre 0,7% e 0,8%.
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