Emprego na indústria fecha o ano com queda acumulada de 1,1%

Emprego na indústria fecha o ano com queda acumulada de 1,1%

O emprego na indústria brasileira fechou o ano de 2013 com queda acumulada de 1,1%, informou nesta terça-feira (11) o IBGE. O indicador registrou recuo de 0,3% em dezembro, em relação a novembro, após ter ficado estável no mês anterior, na mesma comparação mensal. O resultado é divulgado uma semana depois de o instituto revelar que a produção industrial recuou 3,9% em dezembro, pior resultado desde dezembro de 2008, auge da crise financeira global.
 
O número de horas pagas também caiu - 1,3% - no acumulado do ano passado, apesar de o valor da folha de pagamento real ter avançado 1,2%.
 
Houve queda no pessoal ocupado, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal de Empregos e Salários (Pimes) em 11 das 14 regiões e em 11 dos 18 setores pesquisados.
 
A principal taxa negativa veio da região Nordeste (4,5%), seguida de São Paulo (-0,9%), Rio Grande do Sul (-2,2%), Pernambuco (-6,4%) e Bahia (-5,6%). Santa Catarina teve a maior alta, de 0,9%.
 
Os setores que apresentaram as quedas mais acentuadas foram os de calçados e couro (-5,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,1%), máquinas e equipamentos (-2,3%), vestuário (-2,7%), produtos têxteis (-3,6%), produtos de metal (-2,5%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,8%). Já os setores de alimentos bebidas e de borracha e plástico tiveram altas de 1,2% e 3%, respectivamente.
 
Os dados refletem a desaceleração do setor, que cuja produção cresceu apenas 1,2% no ano passado, também segundo o IBGE, alta que não compensa as perdas de 2012, quando a indústria encolheu 2,3%. O fraco desempenho fez com que economistas revisassem para baixo as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) de 2013 para até 2,1%.
 
Com a volatilidade da indústria no ano passado, o nível de emprego no setor tendeu para queda, inclusive com uma série de cinco resultados negativos quebrada em outubro, com uma alta discreta de 0,1%.
 
Em 2014, para recuperar as perdas dos anos anteriores, a indústria precisa crescer, pelo menos, 3,7%. A estimativa de economistas do mercado financeiro, de acordo com a mais recente pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, é de alta de 1,93%, mais pessimista que a previsão da semana passada – elaborada antes da divulgação dos dados de dezembro – que projetava crescimento de 2%.
 
Imagem: Reprodução/ Fiesp