A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) defende que apenas 20% da capacidade de processamento da indústria sejam preenchidos por produto de pomar próprio. Os outros 80% seriam fornecidos por produtores independentes. Ao defender a ideia, a Faesp diz que o intuito é evitar a concentração no setor. Atualmente, as unidades de processamento utilizam em média 50% de produtos de pomares próprios.
A proposta faz parte do estatuto entregue em dezembro ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que será julgado na semana que vem. Os detalhes do estatuto foram expostos por Paolo Mazzucato, da GO Associados, que presta consultoria jurídica à Faesp, em reunião na sede da entidade, em São Paulo. A indústria não participou do evento.
Pelo estatuto, as indústrias que tiverem uma produção própria acima do porcentual definido terão um prazo de 10 anos para adequação, 'devendo apresentar plano de desinvestimento proporcional para atingir o limite de 20%'.
José Osvaldo Junqueira Franco, presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, que participou da reunião, disse acreditar que o Cade será favorável à posição da Faesp. Para ele, o estatuto é 'enxuto' e representa 'os anseios dos produtores'. (Agência Estado)