Wilson Sergio, colaborador
Hoje eu estive pensando sobre como as coisas mudaram nos últimos 10 anos, principalmente quando nós enfrentamos a revolução da qualidade. Quantos termos começaram a surgir no nosso mundo metalmecânico? Milhares!!!
Antigamente nós tínhamos o lixo tóxico, o cavaco, a borra de óleo, as sobras de material, o refugo, a sucata, enfim tudo aquilo que tinha um termo que definia como algo prejudicial e depreciativo.
Com o advento do programa 5S, a base para a qualidade total, todos começaram a entender que tudo poderia ser, ou dividido ou classificado em materiais descartáveis e úteis, ou ainda e principalmente “recicláveis”.
Com o surgimento das normas ISO9000, foi um tal de defeito ser transformado em “não-conformidade”! As regras de funcionamento e “Procedimento operacional padrão”.
E com a ISO14000 e o gerenciamento ambiental então...!!! Onde já vi resíduo tóxico se transformar em “produto não-intencional”.
Os funcionários e empregados e representantes, transformaram-se incrivelmente em “Colaboradores”, que ao invés de serem pagos com um salário, são “retribuídos” com valores em espécie.
Onde quadro de funcionários, hoje é concebido como “Equipe”; é um mundo onde estamos evoluindo nos termos para desse modo valorizar o que realmente é preciso!
Uma noite em São Paulo, na praça da República pude acompanhar de perto quando um garoto (antigamente chamado de moleque de rua), pediu para que um rapaz lhe pagasse um cachorro-quente:
- Paga um hot dog aí seu lixeiro!
- Lixeiro não... Coletor!
Neste momento parei para pensar, ora os dois fazem o mesmo, pegam os sacos e jogam no caminhão!
Mas para minha surpresa o rapaz logo disse ao garoto: “Eu não pego simplesmente o lixo e jogo no caminhão, a coleta é seletiva, eu sou treinado, tenho consciência de custos e de reciclagem, sou preparado fisicamente para corre pelas ruas, separo o material como consciência ambiental, faço parte de um sistema que procura produzir um lixo economica e ambientalmente correto! Ajudo a educar as pessoas para que não joguem cacos de vidro. Utilizo luvas e botas adequadas para o meu trabalho, gerencio tudo isto e não simplesmente posso ser visto como você está dizendo!
O garoto logo disse: pois quando eu estava na Febem, eu não era delinqüente: era menor infrator! Eu roubava, fazia o mal, e minha assistente social dizia que eu cometi um ato infracional. Então não sou tão criminoso como me falaram!
Outra vez é o garoto que chama a atenção das garotas de um modo diferente; ao invés de chama-las de gatinhas, ele as chama por “pequenas felinas” e garante que ao invés de ganhar um nariz empinado, atrai no mínimo um olhar de atenção.
E ele garante: um homem que chama uma mulher de pequena felina, no mínimo tem mais conteúdo, do que um cara que mexe com todo mundo que diz por aí, gatinha, gostosa entre outros. Esse é o meu diferencial!
E é bem por aí, eu faço a seguinte pergunta: qual o termo que está lhe dando um diferencial competitivo?
O vendedor como consultor é um diferencial muito importante hoje em dia! Qual o seu termo? O que pode com uma simples mudança de termo transformar algo depreciativo e rejeitado em valorizado e aceitável?
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