Emergentes captam US$ 36 bi em quinze dias

Emergentes captam US$ 36 bi em quinze dias

Apenas nas duas primeiras semanas de 2014, empresas e governos de países emergentes já captaram US$ 36,3 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida no mercado internacional. O volume é recorde para esse período de início de ano.
 
Várias operações originadas em países latino-americanos já disputam a atenção dos investidores. Neste momento, quatro companhias da região testam o mercado, entre elas a petroleira mexicana Pemex, que faz hoje "roadshow" para captar US$ 1,5 bilhão, e a Compañía Minera Ares, do Peru, que pretende levantar US$ 350 milhões.
 
Até agora, duas ofertas de bônus de emissores brasileiros foram finalizadas. Em rápida operação, a Petrobras captou € 3,8 bilhões e o BNDES, € 600 milhões. Não há outras captações brasileiras em fase avançada, embora algumas companhias do país tenham capacidade para fechar operações em curto espaço de tempo - algumas vezes, em poucas horas. "Há muita consulta de empresas brasileiras, principalmente em relação a captações no mercado europeu, mas nada de concreto por enquanto", diz fonte de um banco de investimentos.
 
Do início do ano até agora, foram concluídas cinco emissões de bônus da América Latina, num total de US$ 10,6 bilhões. O Brasil contribuiu com mais da metade desse total: US$ 5,9 bilhões.
 
Os governos de países emergentes já captaram US$ 19 bilhões com emissões de bônus soberanos em 2014, marcando o começo de ano mais forte desde 2002. O volume é também três vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados da Dealogic. Aproximadamente metade dessas emissões foi feita por países do Leste Europeu.
 
Na noite desta quarta-feira (15), o Santander Brasil anunciou que fará uma emissão de bônus conversíveis de R$ 6 bilhões para compor o capital de referência do banco. Essa operação, no entanto, não pode ser considerada de mercado, já que não será feita uma oferta pública dos títulos. Os bônus serão oferecidos exclusivamente aos acionistas da instituição. O próprio Santander Espanha, controlador da subsidiária brasileira, ficará com os papéis que não forem adquiridos pelos demais sócios. A precificação e a distribuição dos bônus, portanto, serão privadas.