A chegada de novas montadoras ao País vai gerar excesso de capacidade produtiva calculado em cerca de 1,4 milhão de veículos (sem contar caminhões e ônibus) em 2017, projeta a PricewaterhouseCoopers (PwC). A sobra chegará a 1,6 milhão de unidades em 2015, mas depois deve cair para pouco mais de 1 milhão de unidades em 2019.
A PwC calcula que, em 2017, as fábricas terão estrutura para produzir 6,1 milhões de veículos, volume que praticamente será mantido dois anos depois.
Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê capacidade de 5,7 milhões de veículos até 2017, ante demanda de 4,6 milhões, incluindo caminhões e ônibus, o que resultaria numa sobra de 1,1 milhão de veículos. Hoje, diz a entidade, sobram 700 mil.
"O excesso será maior justamente no segmento de compactos", diz o sócio da PwC, Ricardo Pazzianotto. É nessa faixa que o volume de produção é maior. Já o segmento de luxo, que está atraindo três novas marcas ao País - Audi, BMW e Mercedes-Benz - não corre o risco de excesso de capacidade.
Esse nicho deverá triplicar de tamanho em quatro anos, para cerca de 100 mil unidades, segundo as fabricantes. Juntas, as três marcas alemãs anunciaram planos de produção de 78 mil veículos ao ano. Ainda haverá os importados e a Land Rover, que também fará veículos de luxo, mas da categoria de utilitários-esportivos.
"Sem dúvida será uma briga forte, mas saudável", diz o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer. O presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, também aposta em dias difíceis. "É possível que o setor opere com ociosidade e vai haver guerra de preços"./C.S.